Estes três diferentes tipos de
profissionais trabalham com a saúde mental da sociedade humana.
A proposta deste texto é oferecer
um entendimento didático e rápido a respeito das principais diferenças entre os
trabalhos do Psiquiatra, do Psicólogo e do Psicanalista. Ao contrário do que se
imagina, nem sempre as fronteiras que separam os trabalhos desses profissionais
são tão claras e ocorrem muitas confusões na hora de estabelecer essas
distinções.
Psicólogos e Psiquiatras
Um bom começo é abrir o
dicionário. O dicionário Houaiss define a Psiquiatria como ramo da medicina que
se ocupa do diagnóstico, da terapia medicamentosa e da Psicoterapia de
pacientes que apresentam problemas mentais e a Psicologia como ciência que
trata dos estados e processos mentais, do comportamento do ser humano e de suas
interações com um ambiente físico e social.
A Psiquiatria então é uma
especialidade da medicina que trabalha de várias maneiras: com o diagnóstico,
com o tratamento medicamentoso e com a Psicoterapia. Portanto, afirmar que Psiquiatra
é um médico que receita remédios seria uma definição reducionista. O Psicólogo
não é um especialista, mas alguém graduado em Psicologia (e devidamente
registrado em seu Conselho) que pode seguir várias áreas ou especialidades,
entre as quais a Psicologia clínica. Na Psicologia clínica, o Psicólogo também
trabalha com diagnóstico, muitas vezes através de uma avaliação
psicodiagnóstica, e com Psicoterapia.
Bem, temos aí diagnóstico e Psicoterapia
como atividades em que atuam Psicólogos e Psiquiatras. Muitos médicos,
inclusive, formularam teorias psicológicas e, por isso, a atividade de Psicoterapia
pode ser exercida por médicos e Psicólogos sem restrições (desde que ambos
tenham o registro profissional). Só cabe lembrar que a prescrição de
medicamentos é uma atividade exclusiva dos médicos e o uso de testes
psicológicos, exclusiva dos Psicólogos.
Psicanalistas
O Houaiss diz que Psicanalista é:
que ou aquele que é especializado em Psicanálise (diz-se de médico ou Psicólogo)
e numa outra definição que ou aquele que trata pelo método da Psicanálise
(diz-se de Terapeuta). A primeira definição me parece equivocada e, por isso,
vamos fazer nela uma pequena emenda.
Os Psicanalistas merecem um
espaço à parte porque não precisam ter uma graduação específica. Podem ser
formados em qualquer curso superior, mas precisam cumprir certas exigências:
fazer um curso de alguns anos numa instituição psicanalítica, se submeter à
análise com um didata da instituição e recorrer a supervisão de casos clínicos.
Assim como os Psicólogos, os Psicanalistas
não podem prescrever medicamentos, a menos que sejam médicos. Por causa da sua
origem, existem muitos médicos no mundo inteiro que atuam como Psicanalistas. A
Psicanálise demanda um número maior de sessões por semana, normalmente três; já
na Psicoterapia, em praticamente todas as abordagens é estabelecida uma sessão
semanal. Muitas vezes, a Psicanálise é realizada sem contato visual entre
analista e paciente e com o uso de divã, como fazia Freud.
CONCLUSÃO
A Classificação Brasileira de
Ocupações, CBO, do Ministério do Trabaho e Emprego, descreve os seguintes
códigos para descrever os respectivos profissionais:
2515-50, PSICANALISTA, 2515-10, PSICÓLOGO CLÍNICO e 2231-53,
MÉDICO PSIQUIATRA.
Nem sempre é fácil estabelecer
uma fronteira nítida entre os três profissionais porque com frequência eles
mesclam suas formações, de maneira a acumular atividades. Por exemplo, um Psiquiatra
Psicanalista, um Psicólogo Psicanalista ou um Psiquiatra Psicoterapeuta. Assim
sendo, existem Psicanalistas que prescrevem medicamentos, pois são médicos, e
outros que não o fazem. Da mesma forma, existem Psicoterapeutas que receitam
remédios e outros não.
Não existe um profissional da
área de saúde que seja mais importante que outro. Cada um tem a sua importância
no tratamento de uma enfermidade mental.
Pesquisa realizada pelo Dr. Josué Campos Macedo