Melanie Klein (Viena, 30 de março de 1882 —
Londres, 22 de setembro de 1960) foi uma psicanalista austríaca. Em geral é
classificada como uma psicoterapeuta pós-freudiana.
O pai de Melanie, de origem judaica, era um
estudioso do Talmude que aos 37 anos rompeu com a ortodoxia religiosa e cursou
Medicina. Era um médico judeu polonês, originário de Lemberg, na Galícia, que
se tornou clínico geral graças a uma ruptura com pais tradicionalistas. A mãe
mantinha um pequeno comércio para colaborar com o marido na manutenção da casa.
Judia eslovaca brilhante, dedica-se, por necessidades familiares, ao comércio
de plantas e répteis, cuja família, erudita e culta, era dominada por uma linhagem
de mulheres.
Melanie Klein, pouco desejada, foi a quarta
entre os filhos desse casal que não se entendia. Quando, por sua vez, se tornou
mãe, também sofreria na vida particular as intrusões da mãe, Libussa,
personalidade tirânica, possessiva e destruidora. A juventude de Melanie foi
marcada por uma série de lutos, muitos provavelmente responsáveis pela culpa,
cujos vestígios se encontram na obra teórica.
Tinha quatro anos quando a irmã Sidonie morreu
de tuberculose com a idade de 8 anos; tinha 18 quando o pai, debilitado há
longos anos, morreu, deixando-a com a mãe; tinha 20. Quando seu irmão Emmanuel,
que a influenciara muito, morreu esgotado pela doença, pelas drogas e pelo
desespero.
Em 1896, Melanie Klein interessava-se pelas
artes, tendo-se preparado para o exame de admissão ao liceu feminino, visando
cursar Medicina. Mas, após o casamento com Arthur Klein, em 1903, abandonou a
Medicina e seguiu cursos de Arte e História, na Universidade de Viena, sem
graduar-se. A seguir teve três filhos.
Melanie Klein Nasceu em 1882 e faleceu em 1960,
psicanalista britânica de origem austríaca. Filha de um médico judeu polonês,
de Lemberg, na Galícia, que se tornou medico clínico Sua mãe, judia eslovacas
ocupava-se com o comércio de plantas e répteis. Mélanie Klein foi à quarta
entre os filhos do casal. Quanto ela tinha quatro anos de idade sua irmã morreu
de tuberculose e quando seu pai faleceu tinha 18 anos e passou a viver com a
mãe.
Em 1916, em Budapeste, teve o primeiro contato
com a obra de Sigmund Freud e fez análise com SándorFerenczi. Estimulada por
ele, iniciou o atendimento de crianças. Em 1919 tornou-se membro da Sociedade
de Psicanálise de Budapeste. No ano seguinte conheceu Freud e Karl Abraham, no
Congresso Psicanalítico de Haia. Abraham convidou-a para trabalhar em Berlim.
Em 1921, o marido se transferiu para a Suécia e Melanie permaneceu em Berlim
com os filhos.
A partir de 1923, passou a dedicar-se
integralmente à Psicanálise e, aos 42 anos, iniciou uma análise de 14 meses com
Abraham. Em 1924, no VIII Congresso Internacional de Psicanálise, Klein
apresentou o trabalho A técnica da análise de crianças pequenas.
Em 1927, Anna Freud publicou o livro O
tratamento psicanalítico de crianças e Melanie criticou suas ideias, dando
início a um subgrupo kleiniano na Sociedade Britânica de Psicanálise. No mesmo
ano tornou-se membro da Sociedade.
De 1929 a 1946, Melanie Klein realizou a
análise em Dick, um menino autista com cinco anos. Em 1930 começou as análises
didáticas e o atendimento de adultos. Em 1932 publicou a obra A psicanálise da
criança, simultanemante em inglês e alemão; em 1936 realizou conferência sobre
O desmame; em 1937 publicou Amor, ódio e reparação, com Joan Rivière; entre
1942 e 1944 elaborou, com discípulos, a sua teoria.
Em 1945 a Sociedade Britânia de Psicanálise foi
dividida em três grupos: annafreudianos (freud contemporâneo), kleiniano e
independente. Em 1947, aos 65 anos, publicou Contribuições à psicanálise. Em
1955 foi fundada a Fundação Melanie Klein. No mesmo ano foi publicado o artigo
A técnica psicanalítica através do brinquedo; sua história, sua significação,
escrito a partir de uma conferência de 1953.
Em 1960 ficou anêmica e em setembro foi operada
de um câncer do cólon. Morreu no dia 22 de setembro, aos 78 anos de idade.
No inicio Klein estudou arte e história na
Universidade de Viena, mais após a morte do pai devido as grandes dificuldades
financeiras abandonou os estudos. E provavelmente esta teria sido a causa de
ter abandonado os estudos de medicina. Em 1903, casa-se com Arthur Klein,
engenheiro químico que ela conhecera dois anos antes e com ele teve três
filhos. Em 1914, sua mãe morreu e nesse mesmo ano nasceu seu terceiro filho,
Erich Klein (futuro Eric Clyne), que ela analisaria como Hans e Melitta, o
irmão e a irmã mais novos. Também em 1914 realizou os primeiros estudos sobre
um texto de Sigmund Freud, “Sobre os sonhos”, o na mesma época deu início de
sua análise com SandorFerenczi. Essa análise foi interrompida devido à guerra.
Ela recomeça, em 1924, em Berlim, com K.Abraham, e mais uma vez é interrompida
com sua morte em 1925. E por fim conclui a analise com S.Payne em Londres.
PSICANALISAR CRIANÇAS
A Psicanálise segundo Freud, e uma terapêutica
eficaz para o tratamento de neuroses as “neuroses de transferências”, ou seja:
histeria de angustia, histeria de conversão e neuroses obsessionais. Em cada
uma dessas neuroses o processo de cura se dá na relação do analisado com o
analista, que no decurso do tratamento, existe uma produção de uma
transferência, operação inconsciente em si mesma, de uma atualização dos
desejos inconscientes existentes do analisado sobre a pessoa do psicanalista.
Essa transferência e essencial no processo de cura e é o caráter comum em que
todas essas neuroses resultam do processo de cura. Qual então seria o motivo
pelo qual seria impossível psicanalisar a criança. Segundo a teoria dos
estádios, na qual se conduziu o tratamento dessas neuroses em adultos, parece
não ser possível uma relação entre a criança e o analista devido ao seu grau de
amadurecimento. A tese de Freud e Anna Freud é que o período de latência se
situa entre a resolução do complexo de Édipo e a puberdade e sua característica
é o recalcamento dos conflitos da primeira infância. Outro aspecto da objeção
teórica para se psicanalisar crianças é que a vida da criança está em processo
de formação e que seus fantasmas e os seus recalcamentos não se encontram ainda
distintas daquilo que os deu origem. Também podemos ressaltar que alem destes
obstáculos teóricos seria ainda importante ressaltar o motivo da criança não
ser capaz de ter o domínio suficiente da linguagem. E a linguagem no processo
psicanalítico se constitui no campo de interpretação imprescindível ao
Psicanalista.
Obstáculos da teoria Psicanalítica e Mélanie
Klein no seu projeto Psicanalítico
Diante de todos esses obstáculos teóricos da Psicanálise,
Mélanie Klein passa a utilizar um modelo essencialmente pratico que é o de
observar a criança. Na pratica o tratamento das neuroses permitiu concluir que
a causa determinante das perturbações psíquicas deve ser procurada numa fixação
da energia psíquica sobre o que passa a ser uma representação recalcada,
associadas às pulsões sexuais infantis, energia que se transforma na produção
de sintomas em que as representações recalcadas se manifestam. Portanto na
relação criança e analista convêm, pois evitar esta fixação que pode ser
originada pelo recalcamento. O próprio Freud reconhece que se trata mais em
controlar o desenvolvimento psíquico da criança do que analisar este
reconhecimento consiste do apoio pratico através dos trabalhos psicanalíticos
com adultos.
FUNÇÃO DA ANALISE NO JOGO
A análise, portanto deve limitar-se a intervir
assim que se manifeste no comportamento da criança uma inibição resultante do
recalcamento da curiosidade ou de um conflito vivido na angustia. A função da
analise em síntese não consiste em impedir o recalcamento, mas em neutralizar
os seus efeitos ulteriores,a fim de que a energia psíquica seja novamente
utilizada na atividade intelectual.
O JOGO
A técnica do jogo revela os desejos e os
fantasmas da criança. O que se chama de Jogo tem primordialmente a função de
facultar ao analista o material associativo através do qual se manifestam as
representações recalcadas que atuam nas perturbações das crianças. Esta técnica
e realizada colocando a criança em uma sala com pouca mobília, onde é observado
por um psicanalista, que poderá associar as suas atividades ulteriores,
respeitando os princípios de abstinência, que consiste na conduta de cura do
analista, que implica em não aceitar os pedidos do analisado e em não permitir
uma relação analítica de uma situação que satisfaça os desejos do analisado. No
momento que o analisado entra na sala todo o seu comportamento, gestos,
palavras, todos os jogos e seus encadeamentos são vistos pelo analista e
assumem valor importante de informação. Também é importante a maneira com o
analista é associada ao jogo, assim como a inibição do jogo,a narração, os
comentários, a manipulação dos objetos, experiências vividas, representações
recalcadas, e finalmente o conflito interno que se encontra na base da neurose.
EXPRESSÕES DO JOGO
Muitos jogos exprimem representação
fantasmática de cenas das relações sexuais entre os progenitores que foi quer
primitivamente observada, quer imaginada a partir de indícios reais, em função
das representações associadas às pulsões sexuais. Outro jogo manifesta-se o
desejo de matar o progenitor do mesmo sexo, ou mesmos colocá-lo no jogo, como
filho para poder castigá-lo. Assim são frequentemente observado que meninas
entre os quatro e os seis anos ,que ao brincarem com suas bonecas passam a
identificar esta com a sua mãe,castigando por ter chupado o dedo e também
matam-na e depois ressuscitam-na. Também os fantasmas masturbatórios nos
meninos são frequentemente observado a sua natureza,tão significativo que
Mélanie Klein não tem duvida em ver neles a causa de um eterno jogo,sendo assim
a primeira sublimação desta atividade obsessional. Assim os jogos dos meninos
com os automóveis e as locomotivas experimentam frequentemente o ato
sexual-colisão entre os brinquedos são identificados com os pais mais também a
excitação dos órgãos genitais. Assim esse fantasma é através deles, suas
expressões arcaicas e simbólicas representadas nos jogos, que dão acesso direto
ao inconsciente da criança.
OS PRIMEIROS TRAÇOS ESPECIFICAM ANÁLISE DO JOGO
- A RELAÇÃO EDIPIANA
A Relação Edipiana torna-se o primeiro traço
especifico da analise das crianças através desta técnica do jogo. Esta técnica
evidencia a estreita relação existente entre a vida consciente com a vida
inconsciente durante os primeiros anos de vida da criança. Isso explica e
evidencia a relativa facilidade com que as crianças aceitam sugestões do
analista nas interpretações do seus jogos e consequentemente a rapidez das
primeiras melhoras no tratamento das neuroses infantis,pelo menos durante o
declínio do complexo edipiano e na fase da entrada de latência. O analista
procura então o acesso às organizações inconscientes do psiquismo anterior à
resolução da neurose, e esse acesso se operará através das representações
recalcadas. Também e bom ressaltar que as neuroses infantis não têm as mesmas
manifestações que as neuroses dos adultos,em que os sintomas são facilmente
descritíveis. Nas neuroses infantis não e a presença de inibições especificas
ou de fantasmas singulares, e nem nas atividades rituais,nos relatos fantásticos,nos
tiques (que muitas vezes são o deslocamento de uma atividade
masturbatóriaobsessional ) certas situações criadoras de angústia – ansiogênica
antigas. O que indica a necessidade de submeter a criança a cura é exatamente
as manifestações simultâneas de um forte sentimento de culpabilidade. Este
sentimento é observável a partir dos três anos de idade e se traduz por um
relacionamento profundo da relação edipiana na vida da criança. Um exemplo e o
caso da menina que se entrega ao rito de agressão ao analista e esta agressão
segue-se um extremo receio: e recusa-se a considerar a mãe da sua boneca,ou
seja; não assume desempenhar o papel de mãe. No entanto e bom evidenciar que o
analista embora não se dirija ao ego com faz o pedagogo, mesmo assim leva em
consideração a sua cooperação para acender ao inconsciente das crianças.
TRANSFERÊNCIA DA PSICANÁLISE DAS CRIANÇAS
A doença na criança é apenas uma questão
quantitativa (mais ou menos) assim as dificuldades alimentares, terrores
noturno,fobias,desinteresse entre outros, podem ser a manifestação de
predisposições mórbidas. Quando se torna possível estabelecer, a partir de
observação das neuroses infantis,um inventário de sinais sintomáticos,se
observa que muitos deles se encontram em crianças que podem ser consideradas
“normais”. Portanto a importâncias do jogo e operar uma ampliação;permitir
conhecer a que grau da profundidade do psiquismo nascem os fantasmas,reconhecer
o tempo e o momento da fixação e diagnosticar com relativa segurança a
perturbação que no desenvolvimento que constitui a neurose. Este instrumento de
cura tem ,portanto, suas limitações e raramente é utilizado a partir do seis
anos - limiar teórico do período latente – e só de modo excepcional na
puberdade. Para Mélanie Klein a cura das crianças de pouca idade dá lugar a uma
transferência negativa nas primeiras sessões e positiva a partir do momento em
que se estabelece o relacionamento analítico. A transferência no processo
analítico com as crianças traduz a presença de um conjunto de princípios morais
de extremo rigor -o superego - deste a idade precoce.
RELAÇÃO EDIPIANA
Klein demonstra que a relação edipiana é muito
precoce. A formação do complexo de Édipo e do superego -concomitante- o
acontecimento que produz o trauma do desmame conduz simultaneamente ao
desencadeamento de pulsões de destruição dirigidas contra o seio materno e ao
aparecimento de um sentimento de culpabilidade, resultante da interiorização do
objeto frustrante que fundamenta o desenvolvimento ulterior do superego. Se estabelece
assim desde os primeiros anos de vida,a ambivalência afetiva da relação com o
objeto que, é a essência do conflito edipiano.Em relação ao comportamento
agressivo destrutivo da criança,o incentivo ao conhecimento desenvolve-se mesmo
antes do surgimento da linguagem a curiosidade manifesta ou latente do quarto
ano de vida marca o seu limiar e não o seu nascimento. Em ambos os sexos se
opera muito cedo uma identificação com a mãe,que está na origem da fase de
feminilidade. No menino manifesta-se muito cedo e até o período de latência um
“complexo de feminilidade” que corresponde segundo Klein ao complexo de
castração. Em outras palavras significa,à consciência da falta do pênis na
menina; sucede assim que o medo da mãe – a qual a criança quis furtar o
conteúdo do seu corpo e contra o qual exerce tendências destrutivas – não e
menos forte que o medo do pai. Após esta fase o menino se identifica com o pai
e passa a rivalizar-se com ele associando ainda de maneira intima, no desejo de
possuí-la, tendências destrutivas e tendências reparadoras. Na menina segundo
Klein o desejo de receber o pênis,fonte ilimitada de satisfação,seguindo este
desejo à frustração constituída pelo desmame. Como resultado desta frustração,o
seio se torna objeto de tendências destrutivas e o pênis o bom objeto da
satisfação do qual a mãe se apropriou do pênis a priva. Assim se observar que
na menina,paralelamente a um desenvolvimento psicossexual mais precoce a
presença de um superego,quer dizer;de princípios morais,particularmente
rigoroso e sádico. No adulto o acesso à organização genital da libido é mais
problemático e mais diretamente submetido às exigências do superego na mulher
do que no homem. Mélanie no tratamento analítico das neuroses infantis,
portanto insistiu em afirmar que na precocidade das tendências destrutivas, e
também pôs em evidência a mesma precocidade do mecanismo de interiorização que
está na base do desenvolvimento do superego. Portanto o significado do complexo
de Édipo a partir do sexto mês sofreu uma profunda modificação. Conclui-se logo
que as primeiras relações objetivas que se adquirem logo ao nascimento
determinam essencialmente o desenvolvimento ulterior do psiquismo. Assim a
partir do nascimento a criança tem no seio materno o objeto de suas tendências
fisiológicas à “pulsão sexual. Do mesmo modo a partir do nascimento a
criança,se exerce as pulsões de vida e as pulsões de destruição,e é a partir
dos primeiros meses de vida que este fenômeno tem mais força. Assim a partir
deste ponto, o fenômeno construtivo da vida psíquica;são o caráter inato das
tendências destrutivas ou “sádicas” e o seu investimento imediato no objetivo
da frustração.
VIDA PSÍQUICA DO RECÉM-NASCIDO
O que determina a vida psíquica do
recém-nascido são as satisfações e as frustrações. Ao nascer a criança entra,
pois em relação com o seio materno,fonte do suprimento da necessidade física,e
que ao mesmo tempo é também objeto de satisfação. Porem a mãe,identificada como
o seio pelo recém-nascido,nem sempre é gratificante. Isto porque muito antes do
desmame, a mãe se recusa a proporcionar a satisfação de que é fonte. E desta
forma irrompe as pulsões destrutivas devido a frustração, vivida como uma
punição. Este mecanismo da divisão do objeto (fonte de satisfação e frustração)
renova-se em todos os estádios ulteriores da evolução para todos os objetos de
satisfação.
POSIÇÃO PARANOIDE
O único e mesmo objeto que gratifica e que
frustra se divide num bom objeto e num mau objeto, representações das pulsões
de vida e de frustrações. Os primeiros quatro meses de vida são aqueles em que
as angustias infantis exprimem o medo da destruição pelo mau objeto. Mélanie
dar a esta forma de organização da vida psíquica no seu primeiro estádio o nome
de “posição paranoide”.Aqui o superego,neste período, provavelmente ele é mais
cruel. O) medo de ser destruído pelo mau objeto interiorizado produz na criança
o medo de perder objeto gratificante como punição pelos maus tratos exercida
contra ele.Cada saída da mãe,cada ausência reproduz esta situação de angústia e
produz mecanismos de defesa que definem a “posição depressiva”Este mecanismo de
defesa fazem da posição depressiva uma forma de organização da vida psíquica
inteiramente semelhante à que apresenta o quadro clínico das psicoses (maníacas
depressivas) atualmente conhecidas com transtornos bipolar. A posição
depressiva decresce progressivamente no decurso do primeiro ano de vida,quando
se forma o complexo de Édipo que modifica a relação da criança com a mãe.Klein
utilizou o termo “posição” para designar as duas formas mais antigas da vida
psíquica ressalta o caráter repetitivo destes modos de relação de objetos em
cada estádio do desenvolvimento ulterior .Em 1934 em artigo atribuído à
formação dos estados maníaco-depressivos (bipolar) ,com algumas modificações
feitas em 1952 em uma artigo sobre a vida emocional do recém-nascido,em que o
termo “posição paranoide – esquizoide” é adaptado,esta teoria do primeiro desenvolvimento
psíquico da criança. nunca foi posta em profundidade por Mélanie Klein. Ela
passou a insistir sempre no caráter gratuito do sadismo infantil e na realidade
fantasmática da “má mãe”
SÃO TRÊS
OS PILARES FUNDAMENTAIS DA TEORIA KLEINIANA
Primeiramente existe um mundo interno, formado
a partir das percepções do mundo externo, colorido com as ansiedades do mundo
interno. Com isso os objetos, pessoas e situações adquirem um colorido todo
especial. O seio materno, primeiro objeto de relação da criança com o mundo
externo, tanto é percebido como seio bom quando amamenta, daí o nome de “seio
bom” a esse objeto no mundo interno, quanto é percebido como “seio mau”, quando
não alimenta na hora em que a criança assim deseja. Como é impossível
satisfazer a todos os desejos da criança, invariavelmente ela possui os dois
registros desse seio, um bom e um mau. Esse conceito também é muito importante
no estudo da formação de símbolos e desenvolvimento intelectual.
Em segundo lugar os bebês sentem, logo quando
nascem, dois sentimentos básicos: amor e ódio. É como se a vida fosse um filme
em branco e preto, ou se ama, ou se odeia. É fácil, portanto, perceber que a
criança ama o “seio bom” e odeia o “seio mau” sendo essa a origem do conceito
de "seio bom, seio mau". O problema é que na phantasia da criança, o
“seio mau”, esse objeto interno, vai se vingar dela pelo ódio e destrutividade
direcionados a ele. Esse medo de vingança é chamado de ansiedade persecutória.
Quando nos defrontamos diante de um perigo, como por exemplo, quando caminhando
em um parque nos defrontamos diante de uma cobra, temos o instinto de fugir.
Essa reação diante do perigo é chamada em psicanálise de defesa. O conjunto de
ansiedade persecutória e suas respectivas defesas são chamados por Klein de
“posição esquizoparanóide”.
Com o desenvolvimento o bebê percebe que o
mesmo objeto que odeia (seio mau) é o mesmo que ama (seio bom). Ele percebe que
ambos os registros fazem parte de uma mesma pessoa. Agora o bebê teme perder o
seio bom, pois teme que seus ataques de ódio e voracidade o tenham danificado
ou morto. Esse temor da perda do objeto bom é chamado por Klein de “ansiedade
depressiva”. O conjunto de ansiedade depressiva e suas respectivas defesas do
ego são chamados por Klein de “posição depressiva”.
O conceito de posições é muito importante na
escola kleiniana, pois o psiquismo funciona a partir delas, e todos os demais
desenvolvimentos são invariavelmente baseados em seu funcionamento. Nesse
sentido, o desenvolvimento em fases, proposto por Freud (fase oral, fase anal e
fase fálical), é aqui substituído por um elemento mais dinâmico que estático,
pois as três fases estão presentes no bebê desde os três primeiros meses de
vida. Klein não nega essa divisão, muito pelo contrário, mas dá a elas uma dinâmica
até então ainda não vista em psicanálise.
Aliás, é essa palavra que distingue o
pensamento kleiniano do freudiano. Para Klein, o psiquismo tem um funcionamento
dinâmico entre as posições esquizoparanóide e depressiva, que se inicia como o
nascimento e termina com a morte. Todos os problemas emocionais, como neuroses,
esquizofrenias e depressão são analisados a partir dessas duas posições. Por
isso, em uma análise kleiniana, não se trata de trabalhar os conteúdos
reprimidos, é preciso “equacionar” as ansiedades depressivas e ansiedades
persecutórias. É necessário que o paciente perceba que o mundo não funciona em
preto e branco, e que é possível amar e odiar o mesmo objeto, sem medo de
destruí-lo. Em outras palavras, não adianta trabalhar o sintoma (neurose) se
não trabalhar os processos que levaram seus surgimentos (ansiedades
persecutória e ansiedades depressiva).
A obra de Mélanie Klein pretende obter em seus
resultados fundamentos relacionados a experiência analítica,na medida em que é
acima de tudo uma simbólica,descreve um domínio de relações pautadas à
observação positiva. Fica, portanto difícil tanto refutá-la quanto verificá-la,
e não sendo qualificada para dar conta de fatos observáveis,desqualifica
qualquer observação que pretenda diminuir as suas conclusões.Apesar destas
condições extremas refutá-las ou confirmá-las a obra de Klein é no entanto um
exemplo;que teve sua origem pedagógica que pretendia evitar desde a
infância,através da Psicanálise, os problema dos adultos,ampliando a interpretação
da vida psíquica cujos condições se estabelecem logo após o nascimento. Klein
acaba por descobrir na infância todo o nosso mal estar e de todos os nossos
problemas, consequência inevitável de qualquer retorno às origens.
Pesquisa
realizada pelo Dr. Josué Campos Macedo