A BIBLIOTERAPIA E SUA IMPORTÂNCIA
Palavra
originada dos vocábulos em grego “Biblion”, todo tipo de material bibliográfico ou de leitura e “Therapein”, tratamento, cura ou restabelecimento.
A
leitura é uma atividade que além do desenvolvimento cultural e de formação do
cidadão, pode desempenhar um papel terapêutico.
A
Biblioterapia pode ser aplicada tanto num processo de desenvolvimento pessoal,
educacional, como num processo clínico-terapêutico. É um processo interativo
que se utiliza da leitura e outras atividades lúdicas como coadjuvantes,
inclusive em tratamentos de pessoas acometidas por doenças físicas e mentais.
Pode ser aplicada na educação, na saúde e reabilitação de indivíduos em
diversas faixas etárias. As histórias podem levar a mudanças, pois auxiliam o
indivíduo a enxergar outras perspectivas e distinguir opções de pensamentos,
sentimentos e comportamentos, dando oportunidades de discernimento e entendimento
de novos caminhos saudáveis para enfrentar dificuldades.
Pode
ser aplacada no contexto escolar, no processo de hospitalização e de
sociabilização.
Abrange
quatro estágios:
Identificação: O momento em que o leitor se reconhece em algo ou em alguém (os personagens),
o que lhe permite compreender os seus próprios conflitos à luz dos conflitos
desses personagens;
Catarse: Quando o leitor liberta sentimentos reprimidos e sente alívio através dos
desafios vividos e ultrapassados pelos personagens;
Discernimento: O leitor faz um juízo de valor sobre o que leu e faz o contraponto entre a
sua experiência e a dos personagens do texto;
Universalização: Estabelece-se a ligação entre o que acontece no texto e a vida do leitor, que
não só se coloca no lugar dos outros (os personagens) como percebe que não está
só no tocante às suas inquietações, porque outros vivem desafios semelhantes.
Paralelamente
a este processo, quando lemos estamos também: a recordar toda e qualquer
experiência que já tenhamos vivido; a associar, isto é, a estabelecer pontes
com tudo aquilo que já foi vivido e que constitui a bagagem emocional,
intelectual e espiritual que levamos para dentro do texto; a reconstruir ou a
imaginar um mundo, uma realidade paralela construída na nossa mente a partir do
conteúdo do texto.
Através
dos livros, o leitor ou um conjunto de leitores no seio de uma empresa, por
exemplo, pode aplicar o que leu na sua própria vida ou na vida de uma
instituição.
O
leitor/ouvinte se envolve com a trama e/ou com o personagem da história (envolvimento),
promovendo a identificação. Ao identificar-se, pode reconhecer e vivenciar de
forma viva seus sentimentos característicos. Os problemas resolvidos com
sucesso farão com que o indivíduo realize uma tensão emocional associada aos
seus próprios problemas, atingindo a catarse. Desta forma, pode chegar ao
insight, que leva o leitor/ouvinte a aplicar o que aconteceu na história à sua
vida pessoal. A semelhança do problema da história leva à aproximação da vida
pessoal, tornando-o acessível, atingindo uma etapa final, que seria a
universalidade, onde se podem compreender outros problemas similares.
Para
que esse processo se realize com sucesso é importante a seleção criteriosa do
material a ser utilizado, a apresentação e definição da duração do processo e
dos materiais, assim como o acompanhamento através da exploração emocional dos
materiais e o compartilhamento das experiências.
É
importante ter em mente que, ao ler um texto, o indivíduo constrói um texto
paralelo, intimamente ligado às suas experiências e vivências pessoais, o que o
torna diferente para cada leitor. Assim, conceitos podem ser transmitidos, mas
os significados são pessoais e intransferíveis.
Através
da Biblioterapia, o indivíduo pode ser ajudado a ganhar distanciamento de sua
própria dor e expressar seus sentimentos, ideias e pensamentos, o que pode
possibilitar uma percepção mais aguçada de sua própria situação de vida,
desenvolvendo uma forma de pensar criativa e crítica, além de diminuir o
sentimento de solidão (de sentir-se único a se sentir daquela forma), validar
seus sentimentos e pensamentos, desenvolver empatia com outras pessoas (quando
a Biblioterapia é aplicada em grupo). Isso favorece a diminuição da ansiedade.
No
entanto, é importante que se perceba que a Biblioterapia não é uma fórmula
mágica, nem uma intervenção única para promoção de mudanças. É uma ferramenta
ou recurso terapêutico que faz parte de um processo.
Através
dos livros, o leitor ou um conjunto de leitores no seio de uma empresa, por
exemplo, pode aplicar o que leu na sua própria vida ou na vida de uma
instituição.
Nesse
sentido, A Biblioterapia propõe-se atuar como mediadora, auxiliar na
interpretação dos conteúdos e oferecer aos seus clientes a oportunidade de se
distanciarem da realidade para rever conceitos, redescobrir emoções, pensar de
forma distinta, tomar decisões e escolher novos caminhos.
A
mudança para melhor é o objetivo primordial da Biblioterapia.
A
Biblioterapia constitui-se em uma atividade interdisciplinar, podendo ser
desenvolvida em parceria com a Biblioteconomia, a Literatura, a Educação, a
Medicina, a Psicologia, a Enfermagem..., que tem como objetivo a troca de
informações entre as áreas relacionadas. O resultado terapêutico ocorre pelo
próprio texto, sujeito a interpretações diferentes por pessoas diferentes.
Desta
forma, a Biblioterapia constitui-se em um meio possível para se abordar temas
existenciais (como a morte, por exemplo) com crianças tanto no contexto da
saúde como da educação.
O
bem-estar do ser humano é hoje visto de forma integral e encara-se o “ser-se
saudável” não apenas como a ausência de doença física, mas também como o
estar-se bem ao nível social e mental. Para alcançar este bem-estar global
cooperam várias áreas do conhecimento e a Biblioterapia tem vindo a evidenciar
potencialidades para colaborar no desenvolvimento e no equilíbrio do ser
humano.
A
Palavra de DEUS é um manancial de Vida, efetivamente, há remédio para os males
espirituais ou emocionais, com a intenção de promover o indivíduo à pessoa,
elevar a autoestima do combalido e, por conseguinte fazer emergir o errante ao
status de cidadão.
Pode-se
afirmar que a Biblioterapia seja uma atividade que corrobora como adjuvante no
tratamento de enfermidades que a Ciência por si só ainda não pode resolver
isoladamente.
A
Biblioterapia ainda provê conforto e alivio para alguns distúrbios leves
como:
-
Isolamento;
-
Estresse pós-traumático em razão de catástrofes generalizadas;
-
Estresse pós-traumáticos em vítimas de exploração sexual e/ou abuso;
-
Baixa autoestima;
-
Sentimentos de menos valia, rancor e falta de perdão;
-
Doenças psicossomáticas;
-
Auto sabotagem…
Os
encontros podem ter uma agenda semanal e de curta duração, com aproximadamente
duas horas de exposição bíblica composta de interatividade.
É
possível constatar casos catárticos e libertadores, que emanam de almas muitas
vezes aprisionadas a paradigmas ou tradições, bem como a simples falta de
informação.
“E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Evangelho de São João 8:32).
Segundo
registros bíblicos ao som da harpa o rei Saul se acalmava (1 Samuel 16:19-23),
então, podemos entender que a musicoterapia faz bem para a alma e tem sido
encorajada como tratamento para muitos males.
De
igual modo há vários tipos de terapias existentes, que concorrem para
contribuírem na busca pela cura das enfermidades da alma humana, isto sem
prescindir a farmacologia.
Tratamentos
alternativos são sempre bem-vindos, especialmente, quando eles atribuem
eficácia ao longo do processo.
A
cura pela leitura da Bíblia Sagrada não é algo novo, todavia requer exame
investigativo, para não ser confundido com outras práticas, que provocam
autossugestão, o que somente camuflam determinados distúrbios, enquanto que a
restauração advinda do Poder da Palavra é tão somente indiscutível e
sobrenatural, portanto, comprova-se, inquestionavelmente, o milagre.
Em
toda a sua extensão a Bíblia Sagrada oferece recursos literários espirituais e
emocionais para cada tipo de situação. Perpetrado pelo conselheiro ou
religioso, pessoa capaz de desvendar através da interpretação dos fatos,
soluções que, efetivamente, traduzam ao coração do necessitado, a Palavra dita
na hora certa para aquietar suas indagações (Provérbios 25:11), ansiedades,
questionamentos e enfermidades da alma.
Reflexões
e até provocações filosóficas, que apetecem e aguçam a alma, produzindo mudança
de comportamento, para melhor, naturalmente; proporcionando conversão e maior
valor à vida, certamente deve merecer respeito, consideração e serem
apreciadas, como se vê na Biblioterapia.
Somente
é possível encontrar este refrigério cheio de consolação nos adornos do Livro
de DEUS.
Notadamente,
as pessoas que realizaram cursos de extensão ou pós-graduação em Psicologia
Pastoral, Aconselhamento Cristão ou disciplinas correlatas; Capelães Hospitalares,
Médicos, Enfermeiros e pessoas que se destacam por humanizado perfil para a
atividade e que possuem conhecimento, devem buscar aprimoramento no assunto com
o objetivo de criarem grupos de apoio.
Os
grupos de apoio, normalmente, são organizados com pessoas que se identificam
por suas enfermidades ou feridas da alma semelhantes.
São
encontrados, com valiosa eficácia, grupos em centros de recuperação, para
pessoas que buscam a cura da drogadição; para pessoas em fase de luto ou
perdas, advindas de catástrofes; pessoas que desejam se recuperar de
separações, divórcios ou ainda passam por processos dolorosos da depressão.
Também
já foi constatado com sucesso a aplicação da Biblioterapia em Centros Médicos e
Hospitais, como vem acontecendo em alguns lugares do Brasil e do mundo.