terça-feira, 11 de março de 2014

PSICOTERAPIA / BIBLIOTERAPIA



 A BIBLIOTERAPIA E SUA IMPORTÂNCIA

Palavra originada dos vocábulos em grego “Biblion”, todo tipo de material bibliográfico ou de leitura e “Therapein”, tratamento, cura ou restabelecimento.
 A leitura é uma atividade que além do desenvolvimento cultural e de formação do cidadão, pode desempenhar um papel terapêutico.
A Biblioterapia pode ser aplicada tanto num processo de desenvolvimento pessoal, educacional, como num processo clínico-terapêutico. É um processo interativo que se utiliza da leitura e outras atividades lúdicas como coadjuvantes, inclusive em tratamentos de pessoas acometidas por doenças físicas e mentais. Pode ser aplicada na educação, na saúde e reabilitação de indivíduos em diversas faixas etárias. As histórias podem levar a mudanças, pois auxiliam o indivíduo a enxergar outras perspectivas e distinguir opções de pensamentos, sentimentos e comportamentos, dando oportunidades de discernimento e entendimento de novos caminhos saudáveis para enfrentar dificuldades.
 Pode ser aplacada no contexto escolar, no processo de hospitalização e de sociabilização.
Abrange quatro estágios:
Identificação: O momento em que o leitor se reconhece em algo ou em alguém (os personagens), o que lhe permite compreender os seus próprios conflitos à luz dos conflitos desses personagens;
Catarse: Quando o leitor liberta sentimentos reprimidos e sente alívio através dos desafios vividos e ultrapassados pelos personagens;
Discernimento: O leitor faz um juízo de valor sobre o que leu e faz o contraponto entre a sua experiência e a dos personagens do texto;
Universalização: Estabelece-se a ligação entre o que acontece no texto e a vida do leitor, que não só se coloca no lugar dos outros (os personagens) como percebe que não está só no tocante às suas inquietações, porque outros vivem desafios semelhantes.
Paralelamente a este processo, quando lemos estamos também: a recordar toda e qualquer experiência que já tenhamos vivido; a associar, isto é, a estabelecer pontes com tudo aquilo que já foi vivido e que constitui a bagagem emocional, intelectual e espiritual que levamos para dentro do texto; a reconstruir ou a imaginar um mundo, uma realidade paralela construída na nossa mente a partir do conteúdo do texto.
Através dos livros, o leitor ou um conjunto de leitores no seio de uma empresa, por exemplo, pode aplicar o que leu na sua própria vida ou na vida de uma instituição.
O leitor/ouvinte se envolve com a trama e/ou com o personagem da história (envolvimento), promovendo a identificação. Ao identificar-se, pode reconhecer e vivenciar de forma viva seus sentimentos característicos. Os problemas resolvidos com sucesso farão com que o indivíduo realize uma tensão emocional associada aos seus próprios problemas, atingindo a catarse. Desta forma, pode chegar ao insight, que leva o leitor/ouvinte a aplicar o que aconteceu na história à sua vida pessoal. A semelhança do problema da história leva à aproximação da vida pessoal, tornando-o acessível, atingindo uma etapa final, que seria a universalidade, onde se podem compreender outros problemas similares.
Para que esse processo se realize com sucesso é importante a seleção criteriosa do material a ser utilizado, a apresentação e definição da duração do processo e dos materiais, assim como o acompanhamento através da exploração emocional dos materiais e o compartilhamento das experiências.
É importante ter em mente que, ao ler um texto, o indivíduo constrói um texto paralelo, intimamente ligado às suas experiências e vivências pessoais, o que o torna diferente para cada leitor. Assim, conceitos podem ser transmitidos, mas os significados são pessoais e intransferíveis.
Através da Biblioterapia, o indivíduo pode ser ajudado a ganhar distanciamento de sua própria dor e expressar seus sentimentos, ideias e pensamentos, o que pode possibilitar uma percepção mais aguçada de sua própria situação de vida, desenvolvendo uma forma de pensar criativa e crítica, além de diminuir o sentimento de solidão (de sentir-se único a se sentir daquela forma), validar seus sentimentos e pensamentos, desenvolver empatia com outras pessoas (quando a Biblioterapia é aplicada em grupo). Isso favorece a diminuição da ansiedade.
No entanto, é importante que se perceba que a Biblioterapia não é uma fórmula mágica, nem uma intervenção única para promoção de mudanças. É uma ferramenta ou recurso terapêutico que faz parte de um processo.
Através dos livros, o leitor ou um conjunto de leitores no seio de uma empresa, por exemplo, pode aplicar o que leu na sua própria vida ou na vida de uma instituição.
Nesse sentido, A Biblioterapia propõe-se atuar como mediadora, auxiliar na interpretação dos conteúdos e oferecer aos seus clientes a oportunidade de se distanciarem da realidade para rever conceitos, redescobrir emoções, pensar de forma distinta, tomar decisões e escolher novos caminhos.
A mudança para melhor é o objetivo primordial da Biblioterapia.
A Biblioterapia constitui-se em uma atividade interdisciplinar, podendo ser desenvolvida em parceria com a Biblioteconomia, a Literatura, a Educação, a Medicina, a Psicologia, a Enfermagem..., que tem como objetivo a troca de informações entre as áreas relacionadas. O resultado terapêutico ocorre pelo próprio texto, sujeito a interpretações diferentes por pessoas diferentes.
Desta forma, a Biblioterapia constitui-se em um meio possível para se abordar temas existenciais (como a morte, por exemplo) com crianças tanto no contexto da saúde como da educação.
O bem-estar do ser humano é hoje visto de forma integral e encara-se o “ser-se saudável” não apenas como a ausência de doença física, mas também como o estar-se bem ao nível social e mental. Para alcançar este bem-estar global cooperam várias áreas do conhecimento e a Biblioterapia tem vindo a evidenciar potencialidades para colaborar no desenvolvimento e no equilíbrio do ser humano.
A Palavra de DEUS é um manancial de Vida, efetivamente, há remédio para os males espirituais ou emocionais, com a intenção de promover o indivíduo à pessoa, elevar a autoestima do combalido e, por conseguinte fazer emergir o errante ao status de cidadão.
Pode-se afirmar que a Biblioterapia seja uma atividade que corrobora como adjuvante no tratamento de enfermidades que a Ciência por si só ainda não pode resolver isoladamente.
A Biblioterapia ainda provê conforto e alivio para alguns distúrbios leves como:
- Isolamento;
- Estresse pós-traumático em razão de catástrofes generalizadas;
- Estresse pós-traumáticos em vítimas de exploração sexual e/ou abuso;
- Baixa autoestima;
- Sentimentos de menos valia, rancor e falta de perdão;
- Doenças psicossomáticas;
- Auto sabotagem…
Os encontros podem ter uma agenda semanal e de curta duração, com aproximadamente duas horas de exposição bíblica composta de interatividade.
É possível constatar casos catárticos e libertadores, que emanam de almas muitas vezes aprisionadas a paradigmas ou tradições, bem como a simples falta de informação.
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Evangelho de São João 8:32).
Segundo registros bíblicos ao som da harpa o rei Saul se acalmava (1 Samuel 16:19-23), então, podemos entender que a musicoterapia faz bem para a alma e tem sido encorajada como tratamento para muitos males.
De igual modo há vários tipos de terapias existentes, que concorrem para contribuírem na busca pela cura das enfermidades da alma humana, isto sem prescindir a farmacologia.
Tratamentos alternativos são sempre bem-vindos, especialmente, quando eles atribuem eficácia ao longo do processo.
A cura pela leitura da Bíblia Sagrada não é algo novo, todavia requer exame investigativo, para não ser confundido com outras práticas, que provocam autossugestão, o que somente camuflam determinados distúrbios, enquanto que a restauração advinda do Poder da Palavra é tão somente indiscutível e sobrenatural, portanto, comprova-se, inquestionavelmente, o milagre.
Em toda a sua extensão a Bíblia Sagrada oferece recursos literários espirituais e emocionais para cada tipo de situação. Perpetrado pelo conselheiro ou religioso, pessoa capaz de desvendar através da interpretação dos fatos, soluções que, efetivamente, traduzam ao coração do necessitado, a Palavra dita na hora certa para aquietar suas indagações (Provérbios 25:11), ansiedades, questionamentos e enfermidades da alma.
Reflexões e até provocações filosóficas, que apetecem e aguçam a alma, produzindo mudança de comportamento, para melhor, naturalmente; proporcionando conversão e maior valor à vida, certamente deve merecer respeito, consideração e serem apreciadas, como se vê na Biblioterapia.
Somente é possível encontrar este refrigério cheio de consolação nos adornos do Livro de DEUS.
Notadamente, as pessoas que realizaram cursos de extensão ou pós-graduação em Psicologia Pastoral, Aconselhamento Cristão ou disciplinas correlatas; Capelães Hospitalares, Médicos, Enfermeiros e pessoas que se destacam por humanizado perfil para a atividade e que possuem conhecimento, devem buscar aprimoramento no assunto com o objetivo de criarem grupos de apoio.
Os grupos de apoio, normalmente, são organizados com pessoas que se identificam por suas enfermidades ou feridas da alma semelhantes.
São encontrados, com valiosa eficácia, grupos em centros de recuperação, para pessoas que buscam a cura da drogadição; para pessoas em fase de luto ou perdas, advindas de catástrofes; pessoas que desejam se recuperar de separações, divórcios ou ainda passam por processos dolorosos da depressão.
Também já foi constatado com sucesso a aplicação da Biblioterapia em Centros Médicos e Hospitais, como vem acontecendo em alguns lugares do Brasil e do mundo.