domingo, 25 de maio de 2014

A CIÊNCIA DA PSICANÁLISE


A ciência da Psicanálise foi uma descoberta notável para os campos da Medicina e da Psicologia. O Pai da Psicanálise é o Dr. Sgmund Schlomo Freud (Freiberg in Mähren, 6 de maio de 1856 — Londres, 23 de setembro de 1939), médico neurologista austríaco, que realizou diversas pesquisas no fim do século XIX/início do século XX e está intimamente relacionada a sua prática psicoterapêutica. A Psicanálise é baseada em diversos estudos da Teoria Psicanalista do psiquismo humano.
É uma teoria que procura descrever a etiologia dos transtornos mentais, o desenvolvimento do homem e de sua personalidade, além de explicar a motivação humana. Com base nesse corpo teórico Freud desenvolveu um tipo de psicoterapia. Ao conjunto formado pela teoria, a prática psicoterapêutica nela baseada e os métodos utilizados dá-se o nome de psicanálise.
Acredita que os conflitos fazem parte do desenvolvimento humano, portanto procura descrever as causas dos transtornos mentais. O sistema freudiano trouxe o conceito de inconsciente em uma teoria da sexualidade.
Estruturou o aparelho psíquico como um iceberg, onde o submerso, inconsciente, não é voluntariamente controlado.
A CONSCIÊNCIA DO SER HUMANO É DESCRITA POR FREUD EM TRÊS NÍVEIS:
O consciente: abarca todos os fenômenos que em determinado momento podem ser percebidos de maneira conscientes pelo indivíduo;
O pré-consciente: refere-se aos fenômenos que não estão conscientes em determinado momento, mas podem tornar-se, se o indivíduo desejar se ocupar com eles;
O inconsciente: diz respeito aos fenômenos e conteúdos que não são conscientes e somente sob circunstâncias muito especiais podem tornar-se.
Os sonhos são vistos como expressão simbólica dos conteúdos inconscientes. Muitos desejos, sentimentos e motivações são inconscientes, mas podem influenciar e guiar o comportamento consciente.
O APARELHO PSÍQUICO, NA TEORIA FREUDIANA, É COMPOSTO POR TRÊS NÍVEIS ESTRUTURAIS QUE COMPÕE A PERSONALIDADE:
Id: O id é a fonte da energia psíquica (libido). O id é formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer, ou seja, busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, é completamente inconsciente.
Ego: O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, o ego permite o id levando em conta o mundo externo. É o chamado princípio da realidade. Esse princípio introduz a razão, o planejamento e a espera ao comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal função do ego é buscar uma harmonização, inicialmente entre os desejos do id e a realidade e, posteriormente, entre os desejos do id e as exigências do superego.
Superego: É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. O superego tem três objetivos:
(1) inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais;
(2) forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional) e,
(3) conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras. O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de apreender os valores recebidos dos pais e da sociedade. Ele pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos.
A função do ego é tentar harmonizar a ação do id, do mundo exterior e do superego.

MECANISMOS DE DEFESA DO PSIQUISMO
Para isso, pode fazer uso dos mecanismos de defesa. Esses conceito foram melhor desenvolvidos pela filha de Freud, Ana. Os principais mecanismos de defesa são:
-Repressão: processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os para o inconsciente;
-Formação reativa: consiste em ostentar um procedimento e externar sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, indesejados.
-Projeção: consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas.
-Regressão: consiste em a pessoa retornar a comportamentos imaturos, característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.
-Fixação: congelamento no desenvolvimento, que é impedido de continuar. Uma parte da libido permanece ligada a um determinado estágio do desenvolvimento e não permite que a criança passe completamente para o próximo estágio. A fixação está relacionada com a regressão, uma vez que a probabilidade de uma regressão a um determinado estádio do desenvolvimento aumenta se a pessoa desenvolveu uma fixação nesse estádio.
-Sublimação: a satisfação de um impulso inaceitável através de um comportamento socialmente aceito.
-Identificação: processo pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma característica de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação com o agressor.
-Deslocamento: processo pelo qual agressões ou outros impulsos indesejáveis, não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem, são direcionadas a terceiros.
A teoria psicanalítica defende que o desenvolvimento psicossocial do indivíduo inicia desde os primeiros anos de vida, em fases ou estágios psicossexuais definidas por regiões do corpo, nos quais surgem necessidades que exigem ser satisfeitas. A maneira como essas necessidades são satisfeitas determina como a criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos ela tem para consigo mesma.

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DO PSIQUISMO
As fases se seguem umas às outras em uma ordem fixa e, apesar de uma fase se desenvolver a partir da anterior, os processos desencadeados em uma fase nunca estão plenamente completos e continuam agindo durante toda a vida da pessoa.
-Fase oral (do nascimento até aproximadamente um ano de vida).
A primeira fase do desenvolvimento é a fase oral, que se estende desde o nascimento até aproximadamente um ano de vida. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustração) de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Assim, para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser confrontada com frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações. Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. Assim, uma satisfação insuficiente das pulsões orais pode conduzir a uma tendência para ansiedade e pessimismo; já uma excessiva satisfação pode levar, através de uma fixação nessa fase, a dificuldades de aceitar novos objetos como fonte de prazer/dor em fases posteriores, aumentando assim a probabilidade de uma regressão.
A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes. Até então a criança se encontra em uma fase passiva-receptiva; com os primeiros dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade de morder. O principal objeto de ambas as fases, o seio materno, se torna, assim, um objeto ambivalente. Essa ambivalência caracteriza a maior parte dos relacionamentos humanos, tanto com pessoas como com objetos.
A fase oral apresenta, assim, cinco modos de funcionamento que podem se desenvolver em características da personalidade adulta:
O incorporar do alimento se mostra no adulto como um "incorporar" de saber ou poder, ou ainda como a capacidade de se identificar com outras pessoas ou de se integrar em grupos;
O segurar o seio, não querendo se separar dele, se mostram posteriormente como persistência e perseverança ou ainda como decisão;
Morder é o protótipo da destrutividade, assim do sarcasmo, cinismo e tirania;
Cuspir se transforma em rejeição e
O fechar a boca, impedindo a alimentação, conduz a rejeição, negatividade ou introversão.
O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho.
Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação ou frustação de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Para a criança, sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. tem uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes. Antes, passiva-receptiva; com os primeiros dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade de morder.
-Fase anal (aproximadamente do primeiro ao terceiro ano de vida).
Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. A criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente.
A segunda fase, segundo Freud, é a fase anal, que vai aproximadamente do primeiro ao terceiro ano de vida. Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. Nessa fase a criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente. Como na fase oral, também os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. O defecar imediato e descontrolado é o protótipo dos ataques de raiva; já uma educação muito rígida com relação à higiene pode conduzir tanto a uma tendência ao caos, ao descuido, à bagunça quanto a uma tendência a uma organização compulsiva e exageradamente controlada. Se a mãe faz elogios demais ao fato de a criança conseguir esperar até o banheiro, pode surgir uma ligação entre dar (as fezes) e receber amor, e a pessoa pode desenvolver generosidade; se a mãe supervaloriza essas necessidades biológicas, a criança pode se desenvolver criativa e produtiva ou, pelo contrário, se tornar depressiva, caso ela não corresponda às expectativas; crianças que se recusam a defecar podem se desenvolver como colecionadores, coletores ou avaros.
-Fase fálica (dos três aos cinco anos de vida).
Essa fase se caracteriza pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis. Prazer e desprazer estão centrados na região genital. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo.
A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza segundo Freud pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase prazer e desprazer estão, assim, centrados na região genital. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo.
Freud desenvolveu sua teoria tendo, sobretudo os meninos em vista, uma vez que, para ele, estes vivenciariam o conflito da fase fálica de maneira mais intensa e ameaçadora. Segundo Freud o menino deseja nessa fase ter a mãe só para si e não partilhá-la mais com o pai; ao mesmo tempo ele teme que o pai se vingue, castrando-o. A solução para esse conflito consiste na repressão tanto do desejo libidinoso com relação à mãe como dos sentimentos agressivos para com o pai; em um segundo momento realiza-se a identificação do menino com seu pai, o que os aproxima e conduz, assim, a uma internalização por parte do menino dos valores, convicções, interesses e posturas do pai. O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução de compromisso permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e o id (por o menino poder possuir a mãe indiretamente através do pai, com o qual ele se identifica) sejam parcialmente satisfeitos.
O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, mas menos intenso. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pênis (al. Penisneid); ela sente-se castrada e dá a culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a do menino com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos desenvolvida - afirmação esta que foi rejeitada pela pesquisa empírica. Freud usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo "complexo de Electra".
A apresentação do complexo de Édipo dada acima é, no entanto, simplificada. Na realidade o resultado da resolução do complexo de Édipo é sempre um identificação como ambos os pais e a força de cada uma dessas identificações depende de diferentes fatores, como a relação entre os elementos masculinos e femininos na predisposição fisiológica da criança ou a intensidade do medo de castração ou da inveja do pênis. Além disso, a mãe mantém em ambos os sexos um papel primordial, permanecendo sempre o principal objeto da libido.
O complexo de Édipo é caracterizado por sentimentos de amor e hostilidade, quando ocorre a diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não podem dedicar-se apenas a ela porque possuem outros compromissos.
Nessas fases, ao ser confrontada com frustações, a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustações. A maneira como a criança atravessa essas fases e as reações dos familiares perante suas ações constituem mecanismos que são a base da futura personalidade da pessoa.
Este complexo é formado por sentimentos e afetos com componentes de agressividade, fúria e medo, paixões, amor e ódio, oriundos dos desejos sexuais em relação aos genitores de sexo oposto que acontece entre os 5 e 6 anos de idade. O complexo de Édipo se manifesta no menino desejando a mãe e querendo eliminar o pai, seu concorrente. O medo da castração por parte do pai faz com que renuncie ao desejo incestuoso e aceite as regras ou a Lei da Cultura. Na menina se manifesta pelo fato de descobrir que não tem o pênis-falo, e com isto, sente-se prejudicada, tem "inveja do pênis". Ao perceber que a mãe também não o tem, passa a desvalorizá-la e, nessa medida, se dirige para a figura do pai, dotado de FALO e, portanto, cheio de poder e fascinação.
Observação: De acordo com a interpretação do psicanalista LACAN (nascido em Paris em 1901 e falecido na mesma cidade em 1981) o que provoca inveja não é o pênis anatômico, mas o PÊNIS-FALO, o objeto imaginário fálico, que tem o sentido de COMPLETUDE e de PLENITUDE NARCÍSICAS. Neste sentido o homem também tem inveja do pênis-falo. Com este sentido o FALO está presente em todos os seres humanos de tal forma que a falta do pênis nas meninas e mulheres simplesmente é negada. O falo é, em última análise, o significado da falta, conforme o define Lacan.
- Mas apesar de o menino abandonar o desejo pela mãe por medo da castração ela não deixa de acontecer para ambos os sexos e de forma simbólica de acordo com a interpretação de Lacan. CASTRAÇÃO no sentido simbólico significa a impossibilidade de retorno ao estado narcísico do qual fomos expulsos com o nosso nascimento. CASTRAÇÃO significa a perda, a falta, o limite imposto à onipotência do desejo. É um processo que já acontece desde o corte do cordão umbilical. A rigor quem castra é a mãe. Se a mãe permite a independência da criança, negando formar um todo narcísico com ela, ela castra. A castração é um evento absolutamente progressista na nossa vida e que torna possível a vida em sociedade e a nossa autonomia. Através da CASTRAÇÃO introduz-se a LEI DA CULTURA que é produto de Eros e não de Thanatos. A Lei não existe para aniquilar o desejo e sim para articulá-lo com a convivência social. "É a guardiã do desejo na medida em que o encaminha no sentido de uma subordinação ao Princípio da Realidade" (pág. 312, Os Sentidos da Paixão, Hélio Pellegrino)
- A CASTRAÇÃO nos faz sentir como seres incompletos, carentes. Mostra-nos que é da brecha entre tudo o que se quer e aquilo que se pode (princípio de Realidade) que nascem as possibilidades de movimentos do desejo. Mas o seu exagero pode trazer conseqüências negativas como as neuroses.

-Período de latência (até a puberdade)
Trata-se de uma fase mais tranquila, onde as fantasias e os impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego.
Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais tranquila que se estende até a puberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego.
-Fase genital (durante a adolescência, estendendo-se até a vida adulta).
Nessa última fase as pulsões sexuais, acompanhando a maturação biológica, despertam-se novamente e são dirigidas a uma pessoa do sexo oposto. A escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases antecedentes. Além disso, apesar de continuarem agindo durante toda a vida do indivíduo, os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.
A última fase do desenvolvimento psicossocial é a fase genital, que se dá durante a adolescência. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma pessoa do sexo oposto. Como se depreende da explanação anterior, a escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases anteriores. Além disso, apesar de continuarem agindo durante toda a vida do indivíduo, os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.

A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE
Freud imaginava a psique (ou aparelho psíquico) do ser humano como um sistema de energia: Cada pessoa é movida, segundo ele, por uma quantidade limitada de energia psíquica. Isso significa, por um lado, que se grande parte da energia for necessária para a realização de determinado objetivo (ex. expressão artística) ela não estará disponível para outros objetivos (ex. sexualidade); por outro lado, se a pessoa não puder dar vazão à sua energia por um canal (ex. sexualidade), terá de fazê-lo por outro (ex. expressão artística). Essa energia provém das pulsões (às vezes chamadas incorretamente de instintos). Segundo o autor, o ser humano possui duas pulsões inatas, a sexual e a de morte. Essas duas pulsões opõem-se ao ideal da sociedade e, por isso, precisam ser controladas através da educação, de forma que a energia gerada pelas pulsões não podem ser liberadas de maneira direta. O ser humano é, assim, sexual e agressivo por natureza e a função da sociedade é amansar essas tendências naturais do homem. A situação de não poder dar vazão a essa energia gera no indivíduo um estado de tensão interna que necessita ser resolvido. Toda ação do homem é motivada, assim, pela busca hedonista de dar vazão à energia psíquica acumulada.

TRANSTORNOS MENTAIS
A melhor maneira de definir “distúrbio” é caracterizá-lo como deficiência psicológica com repercussão na área emocional e interpessoal. Este termo caracteriza uma faixa que vai desde formas neuróticas leves até a loucura, na plenitude do seu termo. "Normal" seria aquela personalidade com capacidade de viver eficientemente, manter um relacionamento duradouro e emocionalmente satisfatório com outras pessoas, trabalhar produtivamente, repousar e divertir-se, ser capaz de julgar realisticamente suas falhas e qualidades, aceitando-as. A falha de uma ou outra dessas características pode indicar a presença de uma deficiência psicológica ou “distúrbio” mental.
Classificam-se os distúrbios mentais em 3 grandes tipos básicos:
Primeiro tipo:
-Neuroses
É a existência de tensão excessiva e prolongada, de conflito persistente ou de uma necessidade longamente frustrada, é sinal de que na pessoa se instalou um estado neurótico. A neurose determina uma modificação, mas não uma desestruturação da personalidade e muito menos de perda de valores da realidade. Costuma-se catalogar os sintomas neuróticos em certas categorias, como:
a) Ansiedade: a pessoa é tomada por sentimentos generalizados e persistente de intensa angústia sem causa objetiva. Alguns sintomas são: palpitações do coração, tremores, falta de ar, suor, náuseas. Há uma exagerada e ansiosa preocupação por si mesmo.
b) Fobias: uma área da personalidade passa a ser possuída por respostas de medo e ansiedade. Na angústia o medo é difuso e quando vem à tona é sinal de que já existia, há longo tempo. Se apresenta envolta em muita tensão, preocupação, excitação e desorganização do comportamento. Na reação fóbica, o medo se restringe a uma classe limitada de estímulos. Verifica-se a associação do medo a certos objetos, animais ou situações.
c) Obsessiva-compulsiva: a obsessão é um termo que se refere a ideias que se impõem repetidamente à consciência. São por isto dificilmente controláveis. A compulsão refere-se a impulsos que levam à ação. Está intimamente ligada a uma desordem psicológica chamada de transtorno obsessivo-compulsivo.
Segundo tipo:
Psicoses
O psicótico pode encontrar-se ora em estado de depressão, ora em estado de extrema euforia e agitação. Em dado momento age de um modo e em outro se comporta de maneira totalmente diferente. Houve uma desestruturação da sua personalidade. O dado clínico para se aferir à psicose é a alteração dos juízos da realidade. O psicótico passa a perceber a realidade de maneira diferente. Por isso, faz afirmações e tem percepções não apoiadas nem justificadas pelos dados e situações reais. Nas psicoses, além da alteração do comportamento, são comuns alucinações (ouvir vozes, ter visões e delírios). Pode ser possuído por intensas fantasias de grandeza ou perseguição. Pode sentir-se vítima de uma conspiração assim como se julgar milionário, um ser divino, etc. As Psicoses se manifestam como:
a) Esquizofrenia: apatia emocional, carência de ambições, desorganização geral da personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e sociais. pensamento desorganizado, afeto superficial e inapropriado,riso insólito, bobice, infantilidade, hipocondria, delírios e alucinações transitórias.
b) Maníaca-depressiva: caracteriza-se por perturbações psíquicas duradouras e intensas, decorrentes de uma perda ou de situações externas traumáticas. O estado maníaco pode ser leve ou agudo. É assinalado por atividade e excitamento. Os maníacos são cheios de energia, inquietos, barulhentos, falam alto e têm ideias bizarras, uma após outra. O estado depressivo, ao contrário, caracteriza-se por inatividade e desalento. Seus sintomas são: pesar, tristeza, desânimo, falta de ação, crises de choro, perda de interesse pelo trabalho, por amigos e família, bem como por suas distrações habituais. Torna-se lento na fala, não dorme bem à noite, perde o apetite, pode ficar um tanto irritado e muito preocupado.
c) Paranoia: caracteriza-se, sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante. As ilusões de perseguição e de grandeza são mais duradouras do que na esquizofrenia paranoide. Os ressentimentos são profundos. É agressivo, egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins justificam os meios e é incapaz de solicitar carinho. Não confia em ninguém
d) Psicose alcoólica: é habitualmente marcada por violenta intranquilidade, acompanhada de alucinações de uma natureza aterradora.
e) Arteriosclerose cerebral: evolui de um modo semelhante a demência senil. O endurecimento dos vasos cerebrais dá lugar a transtornos de irrigação sanguínea, as quais são causa de que partes isoladas do cérebro estejam mal abastecidas de sangue. Os sintomas são, formigamento nos braços e pernas, paralisias mais ou menos acentuadas, zumbidos no ouvido, transtorno de visão, perturbações da linguagem em forma de lentidão ou dificuldade da fala.
Terceiro tipo:
Psicopatias
Os psicopatas não estruturam determinadas dimensões da personalidade, verificando-se uma espécie de falha na própria construção. Os principais sintomas das psicopatias são: diminuição ou ausência da consciência moral. O certo e o errado; o permitido e o proibido não fazem sentido para eles. Desta maneira, simular, dissimular, enganar, roubar, assaltar, matar, não causam sentimentos de repulsa e remorso, em suas consciências. O único valor para eles é seus interesses egoístas: inexistência de alucinações; ausência de manifestações neuróticas; falta de confiança; busca de estimulações fortes; incapacidade de adiar satisfações; não toleram um esforço rotineiro e não sabem lutar por um objetivo distante; não aprendem com os próprios erros, pelo fato de não reconhecerem estes erros; em geral, têm bom nível de inteligência e baixa capacidade afetiva; parecem incapazes de se envolver emocionalmente. Não entendem o que seja socialmente produtivo.

A IMPORTÂNCIA DA PSICANÁLISE
A Teoria de Freud, desperta interesse do público em geral.
A Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente da Psicologia, que tem origem na Medicina, desenvolvido por Sigmund Freud, médico que formou-se em 1882, trabalhou no Hospital Geral de Viena e teve contato com o neurologista francês Jean Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose.
Freud, médico neurologista austríaco, propôs este método para a compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente, abrangendo três áreas:
-um método de investigação da mente e seu funcionamento;
-um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano;
-um método de tratamento psicoterapêutico.
Essencialmente é uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia; a psicanálise influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma de compreensão da ética, da moralidade e da cultura humana.
Em linguagem comum, o termo "psicanálise" é muitas vezes usado como sinônimo de "psicoterapia" ou mesmo de "psicologia". Em linguagem mais própria, no entanto, psicologia refere-se à ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, psicoterapia ao uso clínico do conhecimento obtido por ela, ou seja, ao trabalho terapêutico baseado no corpo teórico da psicologia como um todo, e psicanálise refere-se à forma de psicoterapia baseada nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud; psicanálise é, assim, um termo mais específico, sendo uma entre muitas outras formas de psicoterapia.
O inconsciente, Diz Freud, não é o subconsciente. Este é aquele grau da consciência como consciência passiva e consciência vivida não reflexiva, podendo tomar-se plenamente consciente. O inconsciente, ao contrário, jamais será consciente diretamente, podendo ser captado apenas indiretamente e por meio de técnicas especiais de interpretação desenvolvidas pela psicanálise.
A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. Conversando com os pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da inaceitação cultural, sendo assim reprimidos seus desejos inconscientes e suas fantasias de natureza sexual. Desde Freud, a psicanálise se desenvolveu de muitas maneiras e, atualmente, há diversas escolas.
O método básico da Psicanálise é a interpretação da transferência e da resistência com a análise da livre associação. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente. Sonhos, esperanças, desejos e fantasias são de interesse, como também as experiências vividas nos primeiros anos de vida em família. Geralmente, o analista simplesmente escuta, fazendo comentários somente quando no seu julgamento profissional visualiza uma crescente oportunidade para que o analisando torne consciente os conteúdos reprimidos que são supostos, a partir de suas associações. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não-julgamento, visando a criar um ambiente seguro.
A Psicanálise foi criada pelo neurologista austríaco Sigmund Freud, com o objetivo de tratar desequilíbrios psíquicos. Este corpo teórico foi responsável pela descoberta do inconsciente, antes já desbravado, porém em outro sentido, por Leibniz e Hegel -, e a partir de então passou a abordar este território desconhecido, na tentativa de mapeá-lo e de compreender seus mecanismos, originalmente conferindo-lhe uma realidade no plano psíquico. Esta disciplina visa também analisar o comportamento humano, decifrar a organização da mente e curar doenças carentes de causas orgânicas.
Freud foi inspirado pelo trabalho do fisiologista Josef Breuer, por seus trabalhos iniciais com a hipnose, que marcaram profundamente os métodos do psicanalista, embora mais tarde ele abandone essa terapêutica e a substitua pela livre associação. Ele também incorporou à sua teoria conhecimentos absorvidos de alguns filósofos, principalmente de Platão e Schopenhauer. Freud interessou-se desde o início por distúrbios emocionais que na época eram conhecidos como ‘histeria’, e empenhou-se para, através da Psicanálise, encontrar a cura para estes desajustes mentais. Desde então ele passou a utilizar a arte da cura pela fala, descobrindo assim o reino onde os desejos e as fantasias sexuais se perdem na mente humana, reprimidos, esquecidos, até emergirem na consciência sob a forma de sintomas indesejáveis, por uma razão qualquer – o Inconsciente.
Freud organiza em seu corpo teórico dados já conhecidos na época, como a idéia de que a mente era dividida em três partes, as funções que lhe cabiam, as personalidades que nasciam de cada categoria e a catarse. Essa espécie de sincretismo científico deu origem a inúmeras concepções novas, como a sublimação, a perversão, o narcisismo, a transferência, entre outras, algumas delas bem populares em nossos dias, pois estes conceitos propiciaram o surgimento da Psicologia Clínica e da Psiquiatria modernas. Para a Psicanálise, o sexo está no centro do comportamento humano. Ele motiva sua realização pessoal e, por outro lado, seus distúrbios emocionais mais profundos; reina absoluto no inconsciente. Freud, em plena era vitoriana, tornou-se polêmico, e sua teoria não foi aceita facilmente. Com o tempo, porém, seu pensamento tornou possível a entrada do tema sexual em ambientes antes inacessíveis a esta ordem de debates.
A teoria psicanalítica está sintetizada essencialmente em três publicações: Interpretação dos Sonhos, de 1900; Psicopatologia da Vida Cotidiana”, que contém os primeiros princípios da Psicanálise; e “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, na qual estão os esboços básicos desta doutrina. No atendimento clínico, o paciente, em repouso, é estimulado a verbalizar tudo que brota em sua mente – sonhos, desejos, fantasias, expectativas, bem como as lembranças da infância. Cabe ao psicanalista ouvir e interferir apenas quando julgar necessário, assim que perceber uma ocasião de ajudar o analisando a trazer para a consciência seus desejos reprimidos, deduzidos a partir da livre associação. No geral, o analista deve se manter imparcial.
Para Freud toda perturbação de ordem emocional tem sua fonte em vivências sexuais marcantes, que por se revelarem perturbadoras, são reprimidas no Inconsciente. Esta energia contida, a libido, se expressa a partir dos sintomas, na tentativa de se defender e de se preservar, este é o caminho que ela encontra para se comunicar com o exterior. Através da livre associação e da interpretação dos sonhos do paciente, o psicanalista revela a existência deste instinto sexual. Essa transferência de conteúdo para o consciente, que provoca uma intensa desopressão emocional, traz a cura do analisando. A mente, dividida em Id, Ego e Superego, revela-se uma caixinha de surpresas nas mãos de Freud. No Id, governado pelo ‘princípio do prazer’, estão os desejos materiais e carnais, os impulsos reprodutores, de preservação da vida.
No Ego, ou Eu, regido pelo ‘princípio da realidade’, está a consciência, pequeno ponto na vastidão do inconsciente, que busca mediar e equilibrar as relações entre o Id e o Superego; ele precisa saciar o Id sem violar as leis do Superego. Assim, o Ego tem que se equilibrar constantemente em uma corda bamba, tentando não se deixar dominar nem pelos desejos insaciáveis do Id, nem pelas exigências extremas do Superego, lutando igualmente para não se deixar aniquilar pelas conveniências do mundo exterior. Por esse motivo, segundo Freud, o homem vive dividido entre estes dois princípios, o do Prazer e o da Realidade, em plena angústia existencial. O Superego é a sentinela da mente, sempre vigilante e atenta a qualquer desvio moral. Ele também age inconscientemente, censurando impulsos aqui, desejos ali, especialmente o que for de natureza sexual. O Superego se expressa indiretamente, através da moral e da educação.
Segundo a Psicanálise, o Inconsciente não é o subconsciente, nível mais passivo da consciência, seu estágio não-reflexivo, mas que a qualquer momento pode se tornar consciente, e só se revela através dos elementos que o estruturam, tais como atos falhos, eles se expressam nas pessoas sãs, refletindo o conflito entre consciente, subconsciente e inconsciente; são as famosas ‘traições da memória’ -, sonhos, chistes e sintomas. Freud também elaborou as fases do desenvolvimento sexual, cada uma delas correspondente ao órgão que é estimulado pelo prazer e o objeto que provoca esta excitação.
Na fase oral, o desejo está situado na boca, na deglutição dos alimentos e no seio da mãe, durante a amamentação. Na fase anal, o prazer vem da excreção das fezes, das brincadeiras envolvendo massas, tintas, barro, tudo que provoque sujeira. Na fase genital ou fálica, o desejo e o prazer se direcionam para os órgãos genitais, bem como para pontos do corpo que excitam esta parte do organismo. Nesse momento, os meninos elegem a mãe como objeto de seu desejo, constituindo o Complexo de Édipo, relação incestuosa que gera também uma rivalidade com o pai -, enquanto para as garotas o pai se torna o alvo do desejo, Complexo de Eletra.
Outros pontos importantes da Psicanálise são os conceitos de perversão, ocorre quando o Ego sucumbe às pressões do Id, escapa do controle do Superego e não consegue se sublimar, e pode assim atingir uma dimensão social ou coletiva, como, por exemplo, o Nazismo -, e de Narcisismo, o indivíduo se apaixona por sua própria imagem, cultivando durante muito tempo uma auto-estima exagerada.
A partir do assunto estudado é possível entender alguns conteúdos da psicanálise de fundamental importância para a compreensão de comportamentos.
Existem alguns lapsos nas atividades diárias, as chamadas parapraxias, que podem ser consideradas como a psicopatologia da vida cotidiana. Esses acontecimentos, no passado, eram considerados como acidentes e até mesmo influência de espíritos maliciosos. Hoje se sabe que são a consequência direta da repressão e acontecem para evitar a ansiedade e/ou a culpa. São fenômenos inconscientes e só podem ser confirmados através de associações pelo método psicanalítico, ajudando a revelar a natureza desses lapsos. Eles podem ocorrer mais facilmente em virtude de cansaço, falta de atenção, pressa, entre outros, mas não ocorrem casualmente. São aos fenômenos associados ao processo primário. O ego deixa escapar alguns assuntos reprimidos. É bastante complicado diferenciar uma parapraxia de um fenômeno psíquico normal. As diferenças são em relação à qualidade. Quanto mais bem sucedido for o ego mais distante das parapraxias o fenômeno mental estará. Já o chiste é um fenômeno comum da vida no qual o processo primário desempenha um papel essencial. O que com o processo primário é um chiste, quando reformulado no processo secundário torna-se inteligente, amargo, cínico ou impróprio. O chiste pode se utilizar do deslocamento, da condensação, da representação do todo por uma parte, da equivalência de opostos e do simbolismo. O chiste faz o indivíduo regredir parcial e temporariamente do ego, porém são regressões controladas e ocorrem automaticamente. O prazer do chiste deriva da substituição regressiva do processo secundário ao primário e da liberação dos impulsos que seriam, em outras ocasiões, proibidos.
Ao introduzir os conteúdos sobre a primeira obra de Freud, A Interpretação dos Sonhos, que explana que nos sonhos os processos inconscientes são revelados de forma tão clara e acessível, pode-se ter um entendimento melhor sobre estes fenômenos. Através deles os pensamentos alcançam os recessos do inconsciente, revelando, principalmente, conteúdos reprimidos pelo ego. Os conteúdos dos sonhos são distintos em sonho manifesto, que é experiência consciente, o conteúdo latente, que são pensamentos e desejos inconscientes, e elaboração do sonho, que são os pensamentos inconscientes que se transformaram em sonho manifesto. O significado do sonho é a expressão do conteúdo latente, que é compreendido pelas impressões sensoriais noturnas, as preocupações da vida diária e os impulsos do Id. Este conteúdo tende a ser infantil, pois é proveniente dos desejos reprimidos da primeira infância e é sempre inconsciente, porém, o conteúdo manifesto, que é expresso através de imagens, é consciente. Esta relação faz tornar-se, através de fantasias, consciente o conteúdo latente, e gratifica parcialmente os impulsos do indivíduo. Entretanto, mesmo que durante o sonho o inconsciente seja capaz de manifestar os impulsos reprimidos, o ego ainda exerce as suas influências distorcendo o conteúdo manifesto, tornando-o portanto, incompreensível. Este fenômeno de conexão entre os elementos do sonho são chamados de formação de compromisso. Ainda assim, existem sonhos nos quais há ansiedade devido a um elemento do conteúdo latente penetrar no conteúdo manifesto, o que poderia ser muito difícil do ego tolerar, então ele reage de forma ansiosa. Já no sonho de punição, o superego condena os impulsos que adentram o consciente de forma direta. Assim o sonho manifesto é uma fantasia disfarçada de punição pelo desejo. Além do mais o ego tem a capacidade de dar coerência e lógica ao conteúdo manifesto.
Ao estudar a teoria da psicanálise não se pode esquecer-se do estado anormal do indivíduo que é estudado como psicopatologias.
Para que seja diagnosticada a psicopatologia são verificados os sintomas que o indivíduo apresenta não são feitos exames porque não existem lesões. As classificações são, portanto, descritivas e o tratamento deve ser feito a partir da causa dos sintomas, principalmente com psicoterapia. Para que haja uma psicopatologia é necessária a ocorrência de um conflito psíquico, sendo este tão repugnante ao ego que procurará defesas. Há hipótese de que essas doenças são conseqüências de uma sedução sexual durante a infância, ou seja, um acontecimento traumático para a criança. Entretanto o paciente adulto se recorda de fantasias tão reais em seu imaginário que ele próprio acredita ter acontecido. Considera-se também o fator da hereditariedade na etiologia das psicopatologias. Não existe uma linha divisória entre o normal e o patológico, o que acontece é uma evolução gradativa do normal para o anormal.
É importante discorrer sobre como o indivíduo lida com a cultura das sociedades. Os desejos da criança na vida adulta podem influenciar na formação de traços importantes do caráter, que são classificados baseados nos impulsos catequizados numa fase relativa ao desenvolvimento psicossexual. Geralmente as escolhas do indivíduo têm relações com a vida instintiva durante a infância, pois os primeiros objetos são os dos primeiros anos de vida, consequentemente a vida adulta será os reflexos da criança e de como foi organizada a vida instintiva em relação à escolha vocacional, aos parceiros sexuais, às práticas religiosas, à moralidade, à apreciação artística, entre outros, acontecendo, porém, cada um com suas peculiaridades.
Contudo, desde que foi iniciado o estudo da psicanálise uma grande revolução aconteceu dentro da psicologia. Os objetivos da psicanálise, de permitir a compreensão do comportamento humano, visto que o homem não guia sua própria mente e sim o seu inconsciente, têm sido cada vez mais aperfeiçoados, mas como toda ciência nova, ela só será completamente aceita de uma forma gradativa pela sociedade de todo o mundo. Entretanto muitas pessoas já reconheceram a sua importância para a compreensão dos comportamentos.
A psicanálise geralmente é um processo muito lento e demora meses ou anos.
Freud procurou demonstrar que a psicanálise não era uma teoria que falava apenas da anormalidade, mas sim uma descrição do funcionamento da mente humana em geral.
No entanto podemos definir a Psicanálise como um:
1. Um procedimento para investigação de processos mentais, praticamente inacessíveis de outra forma, especialmente vivências internas e profundas como pensamentos, sentimentos, emoções, fantasias e sonhos.
2. Um método (baseado nessa investigação) para o tratamento das neuroses;
3. Um acúmulo sistemático de conhecimentos sobre a mente, obtidos através desse procedimento, que gradualmente está se tornando uma nova ciência.
4. É um método de investigação que busca evidenciar o significado inconsciente das palavras, atos e produções imaginárias (sonhos, devaneios...) de um indivíduo, baseados na associação livre.

CONCEITOS BÁSICOS NA PSICANÁLISE FREUDIANA
ATOS FALHOS OU SINTOMÁTICOS
Os chamados Atos sintomáticos são para Freud evidência da força e individualismo do inconsciente: e sua manifestação é comum nas pessoas sadias. Mostram a luta do consciente com o subconsciente (conteúdo evocável) e o inconsciente (conteúdo não evocável). São os lapsus linguae, popularmente ditos "traição da memória", ou mesmo convicções enganosas e erros que podem ter consequências graves.
Para explicar o comportamento Freud desenvolve a teoria da motivação sexual (sobrevivência da espécie) e do instinto de conservação (sobrevivência individual). Mas todas as suas colocações giram em torno do sexo. A força que orienta o comportamento estaria no inconsciente e seria o instinto sexual.

FASES DO DESENVOLVIMENTO SEXUAL
Freud contribuiu com uma teoria das fases do desenvolvimento do indivíduo. Este passa por sucessivos tipos de caráter: oral, anal e genital. Pode sofrer regressão de um dos dois últimos a um ou outro dos dois anteriores, como pode sofrer fixação em qualquer das fases precoces.
Essas fases se desenvolverão entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos de idade, e estão ligadas ao desenvolvimento do Id:
(1) Na fase oral, ou fase da libido oral, ou hedonismo bucal, o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, a mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer;
(2) Na fase anal, ou fase da libido ou hedonismo anal, o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nas excreções e fezes. Brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do prazer;
(3)Na fase genital ou fase fálica, ou fase da libido ou hedonismo genital, o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mãe é o objeto do desejo e do prazer; para as meninas, o pai.
TIPOS DE PERSONALIDADE
Aqueles que se detêm em seu desenvolvimento emocional, e por algum motivo se fixam em qualquer uma das fases transitórias (Freud. 1908), constituem tipos e subtipos de personalidade nomeados segundo a fase correspondente de fixação.
O tipo que se detém na fase oral é o Oral receptivo, pessoa dependente - espera que tudo lhe seja dado sem qualquer reciprocidade; ou o Oral sadístico, o que se decide a empregar a força e a astúcia para conseguir o que deseja. Explorador e agressivo, não espera que alguém lhe dê voluntariamente qualquer coisa.
O Anal sadístico é impulsivamente avaro, e sua segurança reside no isolamento. São pessoas ordenadas e metódicas, parcimoniosas e obstinadas.
O tipo genital é a pessoa plenamente desenvolvida e equilibrada.
COMPLEXO DE ÉDIPO
Depois de ver nos seus clientes o funcionamento perfeito da estrutura tripartite da alma conforme a teoria de Platão, Freud volta à cultura grega em busca de mais elementos fundamentais para a construção de sua própria teoria.
No centro do "Id", determinando toda a vida psíquica, constatou o que chamou Complexo de Édipo, isto é, o desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o pai. Segundo ele, é esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossas vidas. Freud introduziu o conceito no seu Interpretação dos Sonhos (1899). O termo deriva do herói grego Édipo que, sem saber, matou seu pai e se casou com sua mãe. Freud atribui o complexo de Édipo às crianças de idade entre 3 e 6 anos. Ele disse que o estágio geralmente terminava quando a criança se identificava com o parente do mesmo sexo e reprimia seus instintos sexuais. Se o relacionamento prévio com os pais fosse relativamente amável e não traumático, e se a atitude parental não fosse excessivamente proibitiva nem excessivamente estimulante, o estágio seria ultrapassado harmoniosamente. Em presença do trauma, no entanto, ocorre uma neurose infantil que é um importante precursor de reações similares na vida adulta. O Superego, o fator moral que domina a mente consciente do adulto, também tem sua parte no processo de gerar o complexo de Édipo. Freud considerou a reação contra o complexo de Édipo a mais importante conquista social da mente humana. Psicanalistas posteriores consideram a descrição de Freud imprecisa, apesar de conter algumas verdades parciais.
COMPLEXO DE ELETRA
O complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que, segundo as doutrinas psicanalíticas, todas as meninas têm para com a sua mãe; trata-se de uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai. Freud referia-se a ele como Complexo de Édipo Feminino, tendo Jung dado o nome "Complexo de Electra", baseando-se no mito de Eletra, filha de Agamemnon. Freud rejeitava o uso de tal termo por este enfatizar a analogia da atitude entre os dois sexos.
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no complexo de Edipo, já que os princípios que se aplicam a ambos são muito semelhantes.
NARCISISMO
Conta o mito que o jovem Narciso, belíssimo, nunca tinha visto sua própria imagem. Um dia, passeando por um bosque, encontrou um lago. Aproximou-se e viu nas águas um jovem de extraordinária beleza e pelo qual se apaixonou perdidamente. Desejava que o jovem saísse das águas e viesse ao seu encontro, mas como ele parecia recusar-se a sair do lago, Narciso mergulhou nas águas, foi ás profundezas á procura do outro que fugia, morrendo afogado. Narciso morrera de amor por si mesmo, ou melhor, de amor por sua própria imagem ou pela autoimagem. O narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa própria imagem ou por nós mesmos, porque não conseguimos diferenciar um do outro. Como crítica à humanidade em geral, que se pode vislumbrar em Freud, narcisismo é a bela imagem que os homens possuem de si mesmos, como seres ilusoriamente racionais e com a qual estiveram encantados durante séculos.
PERVERSÃO
Porém, assim como a loucura é a impossibilidade do Ego para realizar sua dupla função (conciliação entre Id e Superego, e entre estes e a realidade), também a sublimação pode não ser alcançada e, em seu lugar, surgir uma perversão ou loucura social ou coletiva. O nazismo é um exemplo de perversão, em vez de sublimação. A propaganda, que induz no leitor ou espectador desejos sexuais pela multiplicação das imagens de prazer, é outro exemplo de perversão ou de incapacidade para a sublimação.
Os sonhos: conteúdo manifesto e conteúdo latente (Significados conscientes e subconscientes)
A vida psíquica dá sentido e coloração afetivo-sexual a todos os objetos e a todas as pessoas que nos rodeiam e entre os quais vivemos. As coisas e os outros são investidos por nosso inconsciente com cargas afetivas de libido. Assim, sem que saibamos por que, desejamos e amamos certas coisas e pessoas e odiamos e tememos outras.
É por esse motivo que certas coisas, certos sons, certas cores, certos animais, certas situações nos enchem de pavor, enquanto outras nos trazem bem-estar, sem que saibamos o motivo. A origem das simpatias e antipatias, amores e ódios, medos e prazeres desde a nossa mais tenra infância, em geral nos primeiros meses e anos de nossa vida, quando se formaram as relações afetivas fundamentais e o complexo de Édipo.
A dimensão imaginária de nossa vida psíquica - substituições, sonhos, lapsos, atos falhos, prazer e desprazer, medo ou bem-estar com objetos e pessoas: indica que os recursos inconscientes surgem na consciência em dois níveis: o nível do conteúdo manifesto (escada, mar e incêndio, no sonho; a palavra esquecida e a pronunciada, no lapso; o pé torcido ou objeto partido, no ato falho) e o nível do conteúdo latente, que é o conteúdo inconsciente verdadeiro e oculto (os desejos sexuais). Nossa vida normal se passa no plano de conteúdos manifestos e, portanto, no imaginário. Somente uma análise psíquica e psicológica desses conteúdos, por meio de técnicas especiais (trazidas pela psicanálise), nos permite decifrar o conteúdo latente que se dissimula sob o conteúdo manifesto.
PSICANÁLISE, RAZÃO E CONSCIÊNCIA
Descobrir a existência do inconsciente não é esquecer a consciência, a razão, e abandoná-las como algo ilusório e inútil. É pela consciência, pela razão, que desvendamos e deciframos o inconsciente. Em outras palavras, a razão não está descartada apesar das forças irracionais inconscientes. Longe de desvalorizar a razão a psicanálise exige que o pensamento racional não "faça concessões às ideias estabelecidas, à moral vigente, aos preconceitos e às opiniões de nossa sociedade, em que os enfrente em nome da própria razão e do pensamento." (pág. 356, Convite à Filosofia, Marilena Chauí)
PSICANÁLISE E ÉTICA
A psicanálise mostrou que uma das causas dos distúrbios psíquicos é o rigor excessivo do SUPEREGO, a CASTRAÇÃO excessiva. Quando isto acontece há dois caminhos não éticos: ou a transgressão violenta de seus valores pelos sujeitos reprimidos ou a resignação passiva de uma coletividade neurótica, que confunde neurose e moralidade." (pág. 356, op. Cit., Marilena Chauí). Não éticos porque a violência é introduzida: violência da sociedade que exige dos sujeitos padrões de conduta impossíveis de serem realizados e, por outro lado, violência dos sujeitos contra a sociedade, pois somente transgredindo e desprezando os valores estabelecidos poderão sobreviver. Em suma é necessária a repressão dos desejos, da sexualidade, para ser possível a convivência social e a ética "mas por outro lado a repressão excessiva destruirá primeiramente a ética e depois a sociedade." (pág. 356, op. Cit. Marilena Chauí). Segundo Freud o sujeito da psicanálise é responsabilizado, sim, por seu inconsciente pois "quem mais, além de mim, pode se responsabilizar por algo que, embora eu não controle, não posso deixar de admitir como parte de mim mesmo? Responsabilidade difícil de assumir, esta, pelo estranho que existe em nós, age em nós e com o qual não queremos nos identificar. No entanto, eticamente, é preferível que o sujeito arque com as consequências dos efeitos de seu inconsciente, fazendo deles o início de uma investigação sobre o seu desejo, a que ele permita que tais efeitos se manifestem apenas na forma do sintoma. Ou, o que é ainda mais grave, que o sujeito tente se desembaraçar do inconsciente, por meio dos atos de intolerância que projetam no outro o que o eu não quer admitir em si mesmo. A passagem por uma análise torna o sujeito não apenas mais responsável pelo desejo que o habita, mas também preserva as pessoas que lhe são mais próximas, aquelas que dependem de seu afeto e de sua compreensão - filhos, parceiros, subordinados etc , de se tornarem objetos das projeções e das passagens ao ato de quem não quer assumir as condições de seu próprio conflito." (pág. 32, Sobre Ética e Psicanálise., Maria Rita Kehl).
Através da temática da Psicanálise a partir de Sigmund Freud (1856-1939), a descoberta do inconsciente, a primeira e segunda teorias sobre as estruturas do aparelho psíquico, a descoberta de sexualidade infantil, os mecanismos de defesa e o recalque, os métodos e forma de atuação da psicanálise freudiana e a interpretação dos sonhos.
Em vista disso, tem-se que a psicanálise surgiu com o médico Freud, em 1980, com o objetivo de estabelecer tratamentos dos sintomas histéricos e neuróticos. Definiu com isso que o aparelho psíquico é dominado pelos princípios da realidade e do prazer. O princípio da realidade propicia a renúncia da satisfação imediata tendo uma situação real na realidade. O princípio do prazer é o processo primário que liberta e rompe barreiras distantes da razão.
Verificou-se que, a partir de Sigmund Freud ocorreu uma transformação que foi capaz de alterar todo pensamento referente a vida psíquica do ser humano. Adotando uma abordagem científica, esse autor criou a psicanálise por meio de observações das regiões obscuras e dos processos misteriosos do psiquismo, transformando-a em teorias e métodos. Para Freud a compreensão do ser humano só pode ocorrer por meio de um resgate da historia pessoal do indivíduo ligada à sociedade e aos grupos de seu pertencimento.
Entende-se, com isso, que teoricamente a psicanálise freudiana é caracterizada pela sistematização do conjunto de conhecimentos oriundos do funcionamento psíquico do ser humano. Metodologicamente, traduziu-se num método interpretativo buscando o significado das produções imaginárias humanas. Por consequência, transformou-se numa prática profissional com referência ao modo de tratamento buscando a cura e o autoconhecimento.
O funcionamento psíquico para Freud se dá por meio do aspecto econômico, o tópico e o dinâmico. Assinala ele que o aspecto econômico se dá em razão da existência de uma quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos. O tópico é onde ocorrem sistemas que identificam a natureza e o modo de funcionamento psíquico. E o dinâmico, é onde ocorre a pulsão que reside no interior do psiquismo como uma força conflitante.
Por isso, a primeira teoria sobre as estruturas do aparelho psíquico foi o primeiro passo na direção do entendimento da personalidade, sendo assentada sobre três instâncias psíquicas ou sistemáticas, determinadas no pré-inconsciente, no inconsciente e no consciente.
Nessa teoria, o pré-inconsciente é visto como um sistema de conteúdos que acessam a consciência.
Com a descoberta do inconsciente ocorreu a transformação no entendimento acerca da posição subjetiva do ser humano, subvertendo o sujeito moderno na conquista do espaço subjetivo. Assim, é entendido como aquele que exprime o conjunto de conteúdos reprimidos da consciência. Esse conceito direciona-se à proposição de uma realidade psíquica, entendida como uma zona de pulsões, desejos, tendências e medos.
O consciente, por sua vez, é visto como um sistema do aparelho psíquico receptivo às informações interiores e exteriores, destacando a atenção, a percepção e o raciocínio.
A descoberta da sexualidade infantil se deu por meio de investigações procedidas por Freud na prática clínica, percebendo que os desejos e pensamentos reprimidos eram oriundos de conflitos sexuais da vida infantil, período esse que é afetado por marcas profundas na formação da pessoa. Ele identificou a função sexual desde o princípio da vida, definindo fases, a exemplo da oral, identificando a boca como zona de erotização, determinando que o prazer está na excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal na ingestão de alimentos, incorporando o objeto; a anal, quando o ânus é identificado como a zona de erotização, com relação ativa e passiva do objeto e controle de fonte de prazer nova dos esfíncteres uretral e anal; a fálica, quando o pênis torna-se essa zona, quando há interesse narcísico do menino e na menina à descoberta de sua ausência quando há compensação no desejo de ter um filho; a latência, que corresponde à diminuição das atividades sexuais possibilitando um intervalo na evolução da sexualidade, se prolongando até a puberdade; e a genital, quando o outro ou um objeto externo passa a ser o objeto da erotização em lugar do corpo, quando as meninas e meninos adquirem a consciência de suas identidades sexuais. Identifica ele que nessas fases ocorrem vários processos. Assim, o autor precisa que na estruturação da pessoa ocorram marcas oriundas dos conflitos de ordem sexual localizado na vida infantil. Por resultado, a observância do autor levou ao entendimento de que a função social ocorre a partir do nascimento, seu período é complexo e longo até o adulto, e que a libido é a energia dos instintos sexuais.
A segunda teoria do aparelho psíquico remodelou a teoria freudiana, em razão da introdução dos conceitos dos sistemas da personalidade a partir do id, ego e superego. O id é visto como o reservatório de energia psíquica, local regido pelo princípio do prazer e onde se encontram as pulsões de vida e morte. O ego é o equilíbrio entre o id e o superego, regulando por meio de suas funções básicas, quais sejam a memória, a percepção, o pensamento e os sentimentos, as condições da realidade. E o superego originado nas internalizações dos limites, proibições e autoridade, com referências às exigências culturais e sociais.
Os mecanismos de defesa freudianos são identificados como processos que são efetuados pelo ego no inconsciente, ocorrendo independentemente da vontade e distorcendo a realidade, como a formação reativa, o recalque, a projeção, a regressão e a racionalização.
Os métodos e formas psicanalíticas se dão por meio da interpretação da resistência e da transferência da livre associação. O método utilizado é interpretativo visando compreender o sintoma individual ou social e desvendar o real. Tem-se, portanto, como característica da psicanálise a interação dos conteúdos e deciframento do inconsciente nos conteúdos da consciência. A finalidade está no autoconhecimento para que o indivíduo possa lidar com seu sofrimento. Assim, a metodologia freudiana partia da investigação do inconsciente e estabelecia as relações que transitavam na realidade do paciente, estudando as formas de tratamento para os distúrbios psíquicos. Utilizava também a interpretação dos sonhos uma vez que este é a essência de um desejo reprimido da infância.


Pesquisa realizada pelo Dr. Josué Campos Macedo