Jacques-Marie Émile Lacan (Paris, 13 de abril
de 1901 — Paris, 9 de setembro de 1981) foi um psicanalista francês.
Sua primeira intervenção na psicanálise é para
situar o Eu como instância de desconhecimento, de ilusão, de alienação, sede do
narcisismo. É o momento do Estádio do Espelho. O Eu é situado no registro do
Imaginário, juntamente com fenômenos como amor e ódio. É o lugar das
identificações e das relações duais. Distingue-se do Sujeito do Inconsciente,
instância simbólica. Lacan reafirma, então, a divisão do sujeito, pois o
Inconsciente seria autônomo com relação ao Eu. E é no registro do Inconsciente
que deveríamos situar a ação da psicanálise.
Esse registro é o do Simbólico, é o campo da
linguagem, do significante. Lévi-Strauss afirmava que "os símbolos são
mais reais que aquilo que simbolizam, o significante precede e determina o
significado”, no que é seguido por Lacan. Marca-se aqui a autonomia da função
simbólica. Este é o Grande Outro que antecede o sujeito, que só se constitui
através deste - "o inconsciente é o discurso do Outro", "o
desejo é o desejo do Outro".
O campo de ação da psicanálise situa-se então
na fala, onde o inconsciente se manifesta, através de atos falhos, esquecimentos,
chistes e de relatos de sonhos, enfim, naqueles fenômenos que Lacan nomeia como
"formações do inconsciente". A isto se refere o aforismo lacaniano
"o inconsciente é estruturado como uma linguagem".
O Simbólico é o registro em que se marca a
ligação do Desejo com a Lei e a Falta, através do Complexo de Castração,
operador do Complexo de Édipo. Para Lacan, "a lei e o desejo recalcado são
uma só e a mesma coisa". Lacan pensa a lei a partir de Lévi-Strauss, ou
seja, da interdição do incesto que possibilita a circulação do maior dos bens
simbólicos, as mulheres. O desejo é uma falta-a-ser metaforizada na interdição
edipiana, a falta possibilitando a deriva do desejo, desejo enquanto metonímia.
Lacan articula neste processo dois grandes conceitos, o Nome-do-Pai e o Falo.
Para operar com este campo, cria seus Matemas.
É na década de 1970 que Lacan dará cada vez
mais prioridade ao registro do Real. Em sua tópica de três registros, Real,
Simbólico e Imaginário, RSI, ao Real cabe aquilo que resiste a simbolização,
"o real é o impossível", "não cessa de não se inscrever".
Seu pensamento sobre o Real deriva primeiramente de três fontes: a ciência do
real, de Meyerson, da Heterologia, de Bataille, e dos conceitos de realidade
psíquica e de pulsão, de Freud. O Real toca naquilo que no sujeito é o
"improdutivo", resto inassimilável, sua "parte maldita", o
gozo, já que é "aquilo que não serve para nada". Na tentativa de
fazer a psicanálise operar com este registro, Lacan envereda pela Topologia,
pelo Nó Borromeano, revalorizando a escrita, constrói uma Lógica da Sexuação
("não há relação sexual", "A Mulher não existe"). Se grande
parte de sua obra foi marcada pelo signo de um retorno a Freud, Lacan considera
o Real, junto com o Objeto a ("objeto ausente"), suas criações.
No Brasil, um dos principais pioneiros da
psicanálise lacaniana é MD Magno, fundador do Colégio Freudiano do Rio de
Janeiro, em 1975, bem como Célio Garcia, um dos primeiros a introduzir o
pensamento de Lacan na Universidade, em Minas Gerais. O trabalho de Lacan
exerce forte influência nos rumos do tratamento psíquico, inclusive na
definição de políticas de saúde mental, especialmente no Brasil.
Inicio dos Estudos
Jaques Lacan nasceu em Pari em 13 de Abril de
1901,numa família de grande burguesia. Após os estudos secundários no colégio
Stanislas iniciou os estudos de medicina e especializou-se em psiquiatria sob a
supervisão de Clérambault.
Em 1912 fez sua tese defendendo o tema "A
Psicose Paranóia nas Suas Relações com a Personalidade. Foi nesta época que
Lacan convive com o meio surrealista O Surrealismo foi um movimento artístico e
literário surgido primeiramente em Paris dos anos da década de 20. Fortemente
influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939),o
surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus
representantes mais conhecidos são Max Ernest,René Magritte e Salvador Dali no
campo das Artes no campo das Artes Plasticas.Luis Buñuel no cinema e André
Breton na literatura.
O
Estádio do Espelho Como Formador da Função do Eu- Em 1936 Apresenta uma
comunicação sobre "O Estado do Espelho,no Congresso Internacional de Psicanálise
de Marienbad. `Para Lacan o eu constrói-se primeiramente da imagem que me é
devolvida pelo espelho ( quando o individuou se conhece como aquela imagem
sendo ele mesmo.) e assim o individuo reconhece a imagem do semelhante.
O Estado do Espelho 1949.
Em 1949 Numa comunicação ao XVI Congresso
Internacional de Psicanálise, em Zurique ele dá formulação definitiva das suas
ideias lançadas em 1936 que foi,O Estádio do Espelho Como Formador da Função do
"EU" É como outro que sou levado a conhecer o mundo: sendo, desta
forma, normalmente constituinte da organização do "je" parte do eu
inconsciente o Id uma dimensão paranoica. Assim o outro simbólico é visto e
procurando sua aprovação.
A ideia é que o bebê só conseguirá encontrar
uma solução para tal estado de desamparo por intermédio de uma “precipitação”
pela qual ele “antecipará” o amadurecimento de seu próprio corpo, graças ao
fato de que ele se projeta na imagem do outro (figura materna) que se encontra
como que por milagre diante dele. Essa precipitação na imagem do outro, é que
leva o bebê sair da sua prematuração neonatal, sendo que este movimento de
precipitação, neste outro, leva o bebê a uma alienação. O bebê tem (é obrigado)
a se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. O “falo” (falus, falta) da
mãe é completado com o nascimento do filho.
A mãe deseja ter um filho lhe dá um nome,
engravida. Reconhece que seu filho é um ser humano e este chora porque está com
fome e lhe dá o “Objeto seio” para a satisfação do bebê no prazer da
oralidade,leite que é o alimento (catexia da libido) oral passando o bebê da
natureza -instinto animal- para a cultura (pulsão homem). Estabelece uma “linguagem”
com o “simbólico” mãe. Este passa por um processo de “alienação” para se
constituir como sujeito. Com o fim da fase oral canibalesca até 1,5 anos.. O
bebê antes do “Estádio do Espelho”,6 meses a 18 meses, não se vê como um corpo
unificado, se sente como um corpo fragmentado. Sua mãe o seio faz parte dele e
ela mãe, “boca do jacaré”, sente como se ele (filho/falo) fosse parte dela.
Com o princípio prazer/desprazer verificamos
que a energia é maior no desprazer, o bebê busca o prazer através do seio materno,leite
e libido oral.. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo mãe e o
seio, é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é
completa (estado de que é completo).Esta perda separação, vem através do
“Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida assim
como o trabalho, individualidade, necessidades.Chamamos “boca do jacaré ou
crocodilo” o desejo da mãe de possuir comer canibalizar o seu filho, como se
fosse parte do seu corpo.
Este desejo natural coloca o filho em uma
situação de escolha definitiva: ou se torna independente pela falta da mãe se
transferir para o filho e se tornar um “sujeito faltante” ou é engolido pela
“boca de jacaré” da mãe e se torna um “altista” ou um doente mental,
fragmentado sem unidade, dependente da mãe. Quando a criança se torna uma
psicótica a figura materna não o reconheceu como ser humano e não aconteceu a
alienação com separação. Esta escolha, na verdade não é uma escolha. Lacan cita
um relato da escolha que mostra esta situação, de uma ameaça de um ladrão onde
ele pergunta : “Ou a bolsa ou a vida”. Na verdade não seria uma pergunta, seria
uma escolha lógica e única: “Você perde a bolsa e ganha a vida” ou “Perde a
bolsa e perde a vida”. O bebê na grande maioria das vezes escolhe ser um
“sujeito faltante” ou um “sujeito neurótico normal”, todos nós.
Metáfora /Condensação. Condensação, em Freud é
um processo psíquico que leva a que a um única representação possa representar
por si só várias outras representações,(Freud Interpretações dos
Sonhos).Assim,num sonhos a pessoa pode representar varias outras(ela poderá ter
o nome de uma entre elas, e a aparência de uma segunda).
Para Lacan é legitimo dizer que neste caso, o
conteúdo manifesto do sonho que simboliza um conteúdo latente,pode ser
concebido como metáfora deste conteúdo latente. Quando a deslocação,designa em
Freud um processo psíquico segundo o qual o qual o interesse ou a intensidade
de uma representação pode destacar-se dela e passar para outra representação
ligada a primeira por uma cadeia associativa. Assim num sonho uma pessoa pode
ser representada pela evocação desta ou daquela circunstancia por ocasião da
qual a conhecemos,ou ainda por determinado fato que ela usa frequentemente.
Para Lacan,o conteúdo manifesto do sonho é então uma metonímia do seu conteúdo
latente.
METÁFORA
Com efeito,é possível considerar o recalcamento
como uma metáfora: quando uma representação e recalcada, ela e representadas no
sujeito por uma outra com a qual tem uma certa similaridade,como,no verso de
ugo,a gravela representa Booz. O desejo, que tinha por objeto a representação
recalcada,transfere-se para aquela que a substitui. Mas, visto que esta é
apenas um substituto,só imperfeitamente pode convir-lhe. Assim o seu desejo
deslocar-se-á sem trégua,de representação em representação,de significante em
significante, segunda a lei da metonímia. Deste ponto de vista o desejo não
pode representar senão muito parcialmente o "falta ser"fundamental,a
carência de ser falo: o Desejo diz Lacan; é a metonímia do "falo ser"
( a descrição d cura)
Em 1953, depois de um desacordo sobre a sessão
de comprimento variável, Lacan e muitos de seus colegas deixaram a Sociedade
Parisiense de Psicanálise para formar um novo grupo de a Sociedade Francesa de Psicanálise
SEP. Uma das consequências disso foi a privar o novo grupo de adesão dentro da
Associação Internacional de Psicanálise.
O Retorno ao Verdadeiro Sentido de Freud.
Incentivados pela recepção de "O Retorno a Freud" e do seu relatório
"A Função e campo da fala e linguagem em Psicanálise" (Écrits) -
Lacan retornou novamente para Freud, releitura do cânone em relação à filosofia
contemporânea, linguística, etnologia, biologia e topologia.
O Retorno ao Verdadeiro Sentido de
Freud-Jacques Lacan que combateu sempre a tendência para reduzir a
psicanalise,com uma parte a biologia e ou da sociologia,não pretende mais
lembrar o que é realmente a teoria de Freud. Assim até a insistência na
importância do papel da linguagem na Psicanálise lhe parece ser já uma ideia do
próprio Freud. Lacan escreve "A obra completa de Freud apresenta uma
pagina em cada três de referência filosófica... sendo estas proporções ainda
reforçada pela analítica da linguagem à medida que o inconsciente vai sendo
olhado mais diretamente. Mesmo quando os Lacanianos empregam um conceito
retirado da linguística fazem-no sempre numa perspectiva especifica Assim como
os linguistas,distinguem na palavra o significado-oconceito-e o significante (a
imagem acústica psíquica),podendo deste modo como os linguistas,estudar este
ultimo a parte. Mas como observa 0. Mannoni em (Chaves para o Imaginário).O
linguista preocupa-se sobretudo,ao nível do significante,em classificar as
diferenças significativas que permitem referência os elementos propriamente
significantes.
Em contra partida para a psicanalista, a
representação de um desejo Inconsciente pode deslocar-se ao longo de uma cadeia
significante pela simples razão da semelhança ao móvel dos sons imprimidos no
psiquismo.
Os Quatros Fundamentos da Psicanálise. Com
apoio de Lévi-Strauss e Althusser'S,(1962), foi nomeado professor na École
Pratique desÉtudes Altos. Ele começou com um seminário sobre Os quatro
conceitos fundamentais da Psicanálise em Janeiro de 1964 na sala Dussane no
ÉcoleNormaleSupérieure (Em sua primeira sessão, ele agradece a generosidade de
Fernand Braudel e Claude Lévi-Strauss). Lacan começou a expor seus próprios
ensinamentos sobre Psicanálise para uma plateia de colegas que se juntaram a
ele a partir do SFP. Suas palestras também atraíram muitos dos alunos da
ÉcoleNormale.
Os quatro conceitos* que Lacan considerou como
fundamentais da Psicanálise - Pulsão, Repetição, Inconsciente e Transferência.
Esses quatro conceitos falam do mesmo aparelho estrutural, que é o Haver em sua
constituição tal como foi sistematizada no Seminário do ano anterior. A
tentativa é de unificar todos os conceitos num só, o de Desejo (de Morte). Uma
vez que libido é o que Freud chama de constante Kraft, ela será tomada como o
movimento causado pelo não-Haver, e a Pulsão como seu modo de reviramento, isto
é, o périplo da libido tentando atingir o alvo (que é o retorno ao seu ponto de
partida).
A Repetição é um conceito inscrito no esquema
que representa o Pleroma, o Esquema Delta (1986), que é um aparelho de
Repetição, um autómato. O conceito de Repetição é o eterno retorno do movimento
da Pulsão. É o aparelho automático que recorre sobre si mesmo sempre esbarrando
no Impossível.
O Inconsciente é tomado enquanto estruturado
como A Linguagem, que é a operação que o Haver pode fazer na sua
impossibilidade de se operar em não-Haver. São as formações do ICS, operadas
mediante o processo metaforonímico, que proliferam o ICS (ics é um lugar onde
se localizam pulsões e desejos, energia libidinal. Faz correlação direta com o
isso do segundo aparelho psíquico)como não-realizado, sujeito ao só-depois de
suas próprias seriações e operando no sentido de lembrar o recalcado, que,
este, retorna sempre ao mesmo lugar (o Furo) como o Real da impossibilidade de
o Haver incorporar a falta enquanto objeto.
Na abordagem da Transferência, retoma-se o
exemplo utilizado por Lacan d’O Banquete, de Platão. No Esquema Delta, a
transferência se garante dentro do movimento desejante(é a própria estrutura da
Pulsão)como um certo Sujeito indescritível ao Haver, o qual é o suporte
fundamental da Transferência: o Sujeito-Suposto-Saber, que, como Lacan indicou,
é o próprio Deus.
*A partir desses quatro conceitos que Lacan
considerou como fundamentais da psicanalise, ou seja, Pulsão,Repetição,Inconsciente
e Transferência. A Pulsão e o seu modo de reviramento, é o percusso da libido
tentando atingir o alvo,que é o seu retorno ao ponto de partida. A Repetição é
o constante retorno ao movimento de Pulsão.E o aparelho automático que recorre
a si mesmo sempre se chocando com o impossível. O inconsciente e visto enquanto
estruturado com a linguagem,que e a operação que o Haver pode fazer na sua
impossibilidade de se operar e, não haver. Assim qualquer transferência se
suporta em sua aparência imediata de amor,na necessidade fundamental do sujeito
falante em fazer suposições de um sujeito radicalmente outro,que é suposto saber
o que se passa na região do sujeito menor que somos nos. Ele é a divindade que
abrange o haver, é o suporte das transferências locais.
Na década de 1960, Lacan estava associada, pelo
menos na mente do público, com a extrema-esquerda na França. Em Maio de 1968
Lacan expressou sua solidariedade para com os protestos estudantis e, como
corolário de um Departamento de Psicologia foi criado por seus seguidores na
Universidade de Vincennes. Repetindo esse sentimento: "Pouco depois os
acontecimentos tumultuosos de maio de 1968, Lacan foi acusado pelas autoridades
de ser um subversivo, e influenciando diretamente o evento que
aconteceu"Em 1969 mudou-se com Lacan seminários públicos para a Faculté de
Droit (Panthéon), onde ele continuou a entregar suas exposições da teoria
analítica e prática até a dissolução de sua Escola em 1980.
AS TRÊS ORDENS:IMAGINÁRIO,O REAL E O DESEJO
As três ordens:imaginário,o real e o desejo.
Lacan pensou que a relação entre o Ego e a imagem refletida significa que o Ego
e o Imaginário se formam são lugares de radical alienações: "Alienação é
constitutiva da ordem imaginária".Esta relação também é narcisista. Assim,
o imaginário é o campo das imagens e da imaginação, e engano: as ilusões
principal desta ordem são a síntese, a autonomia, a dualidade, a semelhança.
A-O imaginário é estruturada pela ordem
simbólica: em Os quatro conceitos fundamentais da Psicanálise Lacan argumenta
como o campo visual é estruturado por lei simbólica. Assim, o imaginário
envolve uma dimensão linguística. Se o significante é a base do simbólico, o
significado e significação são parte da ordem imaginária. A linguagem tem
conotações simbólicas e imaginárias, em seu aspecto imaginário, a linguagem é o
"muro da linguagem", que inverte e distorce o discurso do Outro. Por
outro lado, o imaginário está enraizada na relação do sujeito com seu próprio
corpo (a imagem do corpo). Em Fetichismo: o simbólico, o imaginário e o real
Lacan argumenta que no plano do imaginário sexual aparece ao mostrar o amor
sexual e namoro.
Lacan acusa as principais escolas
psicanalíticas de reduzir a prática da Psicanálise para a ordem imaginária,
fazendo a identificação com o analista, o objetivo da análise. Ele propõe o uso
do simbólico como forma de desalojar as fixações desativação do Imaginário: o
analista transforma as imagens em palavras. "O uso do simbólico é o único
caminho para o processo analítico de atravessar o plano da identificação."
O Simbólico- Em seu IV Seminário relação
"O objeto" Lacan afirma que os conceitos de Lei e Estruturas são
impensáveis sem a linguagem: assim, o simbólico é uma dimensão linguística. No
entanto, ele não se limita a equiparar este fim com a língua já que a linguagem
envolve o imaginário e o real também. A dimensão apropriada da linguagem no
simbólico é a do significante, Que é uma dimensão em que os elementos não têm
existência positiva, mas que são constituídas por força de suas diferenças
mútuas.
O Simbólico é também o campo da alteridade
radical, que é o Outro: o inconsciente é o discurso do outro. Além disso, é o
reino da lei que regula o desejo no complexo de Édipo. Podemos acrescentar que
o simbólico é o domínio da cultura, em oposição à ordem imaginária da natureza.
Como elementos importantes no simbólico, os conceitos de morte e manque (falta)
coniventes com a marca do principio do prazer e o regulador da distância entre
a Thing; E o pulsão de morte que vai "além do princípio do prazer por meio
da repetição" - "a pulsão de morte é apenas uma máscara de ordem
simbólica."
Na sua teoria das pulsões Sigmund Freud
descreveu duas pulsões antagônicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à
preservação da vida, e a pulsão de morte Tânatos, que levaria à segregação de
tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada,
estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora
haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a
manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário
que se destrua o alimento antes de ingeri-lo, e aí está presente um elemento
agressivo, de segregação.
É através do trabalho na ordem simbólica que o
analista pode produzir mudanças na posição subjetiva do analisando, estas
mudanças produzem efeitos desde imaginário O imaginário éestruturado pelo
simbólico.
Assim, é o simbólico, que é determinante da
subjetividade e do imaginário, feito de imagens e aparências, é o efeito do
simbólico.
B-O Conceito de Lacan sobre o Real por volta de
1936, um termo que foi muito popular na época, especialmente com ÉmileMeyerson
que se refere a ele como "um absoluto ontológico, um verdadeiro
ser-em-si" Lacan pegou novamente sobre o tema do Real em 1953 e
continuaram a elaborar sobre ele até sua morte. O Real, para Lacan, não é
sinônimo de realidade.
Não só contra o Imaginário, o Real também está
fora do simbólico. Ao contrário desta última, que é constituído em termos de
oposições, ou seja, presença / ausência, "não há nenhuma falta no
Real." Considerando que a presença da oposição simbólica / ausência implica
a possibilidade de que algo pode estar faltando no simbólico ", o Real é
sempre em seu lugar." Se o simbólico é um conjunto de elementos
diferenciados, significantes, o Real, por si só não é diferenciado, ele não tem
nenhuma fissura. O simbólico introduz "um corte na" real, no processo
de significação: "é o mundo das palavras que cria o mundo das coisas -
coisas inicialmente confundido no" aqui e agora "de todos no processo
de entrada em estar Assim, o Real é o que é a língua de fora, resistindo
absolutamente a simbolização.
No Seminário XI Lacan define o real como
"o impossível", porque é impossível imaginar e impossível de integrar
o Simbólico, sendo impossível possível. É esta resistência à simbolização, que
empresta a sua qualidade Real traumático.
Em seu Seminário sobre a relação "O
Objeto", Lacan lê Freud sobre o caso"Little Hans "Ele distingue
dois elementos reais que invade e destrói a harmonia imaginário da criança,
preconcepção edípica: o pênis real que se faz sentir na masturbação infantil e
a irmã recém-nascida. Finalmente, o Real é o objeto de ansiedade em que ela não
tem qualquer possibilidade de mediação, e é "o objetivo essencial é que
não é mais um objeto qualquer, mas uma coisa perante a qual todas as palavras
cessam e todas as categorias de falhar, o objeto por excelência da ansiedade.”
C-Desejo,para que o objetivo da cura pela fala
- Psicanálise - é, precisamente, levar o analisando a descobrir a verdade sobre
o seu desejo, mas isso só é possível se o desejo é articulado, ou falada. Lacan
disse que "é só uma vez formulada, nomeado na presença do outro, que o
desejo aparece no sentido pleno do termo."Esse assunto deve vir a
reconhecer e nomear seu desejo, que é a ação eficaz de análise. Mas não é uma
questão de reconhecer algo que seria inteiramente dada. Em nomeá-lo, o sujeito
cria, produz, uma nova presença no mundo.
É importante é ensinar o sujeito o nome,
articular, o desejo de trazer à existência." Agora, embora a verdade sobre
o desejo é de alguma forma presentes no discurso, discurso nunca poderá
articular toda a verdade sobre o desejo: sempre que se tenta articular o
discurso desejo, há sempre uma sobra, um excesso. Em A significação do falo
Lacan distingue o desejo da necessidade e da procura. Necessidade é um instinto
biológico que se articula na demanda, a procura ainda tem uma dupla função, por
um lado, articula necessidade e em outros atos como uma demanda de amor. Assim,
mesmo após a necessidade de articulação da demanda é satisfeita, a procura de
amor continua insatisfeito e esta sobra é o desejo Para Lacan o desejo
"não é nem o apetite para a satisfação, nem a demanda de amor, mas a
diferença resultante da subtração do primeiro do segundo".O desejo é,
então, do excedente produzido pela articulação da necessidade da demanda. Lacan
acrescenta que "o desejo começa a tomar forma na margem em que a procura
se torna separado da necessidade." Daí o desejo nunca pode ser satisfeito,
ou como SlavojZizek coloca que "o desejo de raison d'être não está a
perceber o seu objetivo, para encontrar satisfação plena, mas a reproduzir-se
como o desejo. " Também é importante fazer uma distinção entre desejo e as
unidades. Se eles pertencem ao campo do Outro (em oposição ao amor), o desejo é
um, enquanto que as unidades são muitos. As unidades são as manifestações
parciais de uma única força chamada desejo (ver "Os quatro conceitos
fundamentais da Psicanálise* "). Se é possível supor que pequeno objeto é
o objeto de desejo, ele não é o objeto para o qual tende o desejo, mas a causa
do desejo. Para que o desejo não é uma relação com um objeto, mas uma relação
com uma falta (manque). Então desejo aparece como uma construção social, uma
vez que é sempre constituída de uma relação dialética
Drives Lacan sustenta distinção de Freud entre
conduzir o instinto. As unidades diferentes das necessidades biológicas, porque
eles nunca podem ser satisfeitos e não visam a um objeto, mas um círculo em
volta dela constantemente, então a verdadeira origem o gozo é repetir o
movimento do circuito fechado. No mesmo seminário Lacan postula a unidades como
cultural e simbólico -discurso- constrói, para ele "a unidade não é um
dado, algo arcaico", primordial. No entanto, ele incorpora os quatro
elementos das unidades definidas por Freud (a pressão, ao final, o objeto ea fonte)
para sua teoria de circuito da unidade: a unidade de origem na zona erógena,
círculos em volta do objeto, e retorna à zona erógena. O circuito é estruturado
por três vozes verbais:a voz ativa (para ver) a voz reflexiva (para ver a si
mesmo) a voz passiva (ser visto)
As vozes ativa e reflexiva é autoerótica,
falta-lhes um assunto. É somente quando a unidade completa o seu circuito com a
voz passiva que um assunto aparece. Assim, embora seja a "voz"
passiva ", o disco é essencialmente ativa", de se fazer ser visto
"em vez de ser visto." O circuito da unidade é o único caminho para o
sujeito a transgredir o princípio do prazer.
Lacan identifica quatro pulsões parciais: a
pulsão oral (as zonas erógenas são os lábios, o objeto parcial da mama), a
unidade anal (ânus e as fezes), a pulsão escópica (os olhos e o olhar) e a
pulsão invocante( os ouvidos e a voz). Os dois primeiros referem-se a demanda e
os dois últimos a desejar. Se as unidades estão intimamente relacionados ao
desejo, são aspectos parciais em que o desejo é realizado: mais uma vez, o
desejo é uma e indivisível Considerando que as unidades são as manifestações
parciais de desejo.
Bibliografia relacionada ao estudo Lacan:
Obras Principais:
DiscoursdanslesActesduCongrès de Rome 1953,in
Psychanalyse,n° 1.
De L'usage de la parole et desstructures de
langagedanslaconduite et danslechamp de la Psychanalyse,Paris,PUF.,1966.
Discurssion de L'article de S.Leclaireet J.
Laplanche;"LeInconscient,uneétudepsychanalytique",in l'inconscient
(VI Coloquio de Binneval),Paris,Desclée de Brouver,1960.
Écrits (Paris,Le Seuil,col."le
ChampFreudien,1966,Composto por:
-Au-delàdupricipe de realité,1936
-Formateur de lafoncition do "je"
,1937
-L'Agressivité em psychanalyhse,1948
-Intervebtuinsyrketransfert,1952.
-Variantes de la cure type,1935
-Le Séminairesur "lalettre
voiée",1955
-Formactionetchamp de laprolo e dulangageen
psychanalyse,1956
-Introducctionaucommentaire de Jean
Hippolitesula "Verneimung" de Freud,1966.
-La Chose freudiennea, 1956:
-Situation
de la psychanalyse et formation du psychanalyse en 1956,1956.
-La
Psychanalyse et son enseignement,1957;
-Instance de laLettredansl'inconcient ou
laraisondepuís Freud,1957.
-D'une
question preliminaire à tout traitement possible de la psychose,1957.
-La sugnificationdu phallus,1958.
-Jeunesse de Guide ou laletre et le désir,1958.
-A
lamémorie d'Ernest Jones:surlathéoriedu symbolisme,1960.
-Subversiondusujet et
dialectiquedudésirdansl'inconscient freudien,1960.
Pesquisa
realizada pelo Dr. Josué Campos Macedo